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Empresários são alvos da PF e Exército em Manaus por garimpo ilegal no Amazonas

A Polícia Federal e o Exército Brasileiro cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão em Manaus, na manhã desta terça-feira no Amazonas durante Operação Jurupari, que tem como alvo empresários envolvidos no comércio de ouro extraído em garimpos ilegais no estado. A operação também é realizada na capital de Rondônia, Porto Velho e Ponta Grossa, no Paraná.

Na capital amazonense a operação envolve 20 agentes da PF e 10 militares do Comando Militar da Amazônia, que atuam no combate ao crime ambiental de extração mineral sem autorização, movimentação financeira sem autorização, crime ambiental de utilização de substância perigosa ou nociva à saúde ou ao meio ambiente (mercúrio/cianeto), organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Os três mandados de prisão preventiva e oito ordens judiciais de busca e apreensão foram expedidos pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária do Amazonas.

Foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas e o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse. A investigação apuram atuações criminosas no período de 2020 a 2023 e que ainda continuam em andamento.

Sobre a investigação

As investigações tiveram início em outubro de 2020, a partir da prisão em flagrante de duas pessoas na cidade de Ji-Paraná/RO, enquanto tentavam transportar 60 gramas) de ouro em lingote, sem qualquer documentação comprobatória de origem lícita, avaliado em R$18,6 mil.

A partir da apreensão dos telefones dos presos, a polícia constatou extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas.

Um dos investigados foi assassinado em outubro de 2020, em frente a sua revenda de carros, em Curitiba, após ter sido solto em audiência de custódia.

Após a instauração de inquérito policial para apurar as causas, ficou confirmado quem seria responsável pela exploração ilegal de garimpo.

Um dos envolvidos utilizava a esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro. Eles também utilizam várias empresas de metais, para realizar a atividade de “esquentamento” do minério (lavagem de ativos).

De igual modo, verificou-se envolvimento de militares de alta patente, que recebiam valores regulares, através da empresa de importação e exportação de minérios.

Um militar supostamente repassaria informações privilegiadas e interferiria nas operações de combate aos garimpos ilegais. Sua esposa receberia valores em nome dos investigados.

Os envolvidos exploram a dificuldade de fiscalização ambiental na região de Japurá para cometer crimes contra o meio ambiente. Isso inclui a Estação Ecológica Juami-Japurá, que tem sido alvo de devastação, afetando o ecossistema amazônico.

Ao longo das investigações, foi possível apurar que que pessoas físicas e jurídicas interpostas eram usadas para realizar lavagem de ativos no mercado ilegal de ouro.

Além disso, um investigado atua como operador financeiro dos crimes cometidos por uma liderança da organização.

Não foi encontrada autorização de lavra garimpeira ativa no local de extração de ouro, conforme verificado por meio de consultas à Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e análise telemática dos envolvidos.

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