Operação desarticula garimpo ilegal no Pico da Neblina no Amazonas

A operação integrada de inteligência “Yaripo Ye’pâ III”, deflagrada em junho, resultou na desarticulação de garimpo ilegal que estava sendo praticado em diferentes pontos da Terra Indígena Yanomami, localizada no interior de Unidade de Conservação proteção integral do Parque Nacional do Pico da Neblina, no Amazonas.

A ação de fiscalização na região de fronteira com a Venezuela, contou com a participação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiverisdade (ICMbio), Polícia Federal (PF), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Exército Brasileiro (EB).

De acordo ICMbio, foram meses de planejamento interinstitucional e uma complexa logística fluvial. Na ação, em uma das regiões mais remotas do país, ao todo foram lavrados 10 autos de infração com aplicação de multas que somam R$ 97.200,00.

Também houve a apreensão e destruição de diversas estruturas e equipamentos utilizados na extração criminosa de ouro no interior da unidade. Os servidores também aprenderam ouro em posse indígenas yanomami, que declararam estar garimpando a mais de 2 mil metros de altitude na região.

A operação “Yaripo Ye’pâ III” percorreu Rio Cauaburis, Rio Tucano, Rio Maricibueri e Rio Titiricô, ambos considerados de difícil navegação devido a alta velocidade dos cursos d’água e do elevado número de corredeiras. Todos os rios estão localizados próximos à comunidade indígena de Ariabu e Maturacá, e são vias de acesso à trilha para o cume mais alto do Brasil.

Segundo o ICMbio, o garimpo ilegal de ouro tem como principais impactos o desmatamento, a degradação dos solos, o assoreamento de cursos d’água e a contaminação da biota por substâncias tóxicas como o mercúrio, que afeta gravemente a saúde dos seres vivos. 

Conforme a PF, os indígenas em posse do outro ilegal foram autuados por suposta participação ilícitos ambientais observados durante a operação. O número de pessoas autuadas, não foi divulgado.