Uma operação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) em parceria com a Polícia Militar nesta segunda-feira (14) tem como objetivo prender membros do primeiro escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.
Ao todo, são cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão.
São alvos da Operação Sharks os membros da chamada “sintonia final” da facção, formada pelos criminosos que assumiram o controle do PCC após a transferência dos principais chefes para presídios federais, em 2019.
Alguns moram em condomínios de luxo em Alphaville e em Interlagos e possuem carros importados. Eles foram identificados após a apreensão, em 2018, de computadores e telefones do responsável pelo setor financeiro do grupo, conhecido como Tubarão.
Em nota, o MP-SP afirmou que as provas colhidas após a prisão de Tubarão mostram que a facção movimenta mais de R$ 100 milhões por ano, “quantia decorrente, primordialmente, do tráfico de drogas e da arrecadação de valores de seus integrantes, tudo com rigoroso controle em planilhas”.
“A partir daí fizemos trabalho de investigação e identificamos toda a liderança (…) que assumiu na rua, principalmente na capital, com a saída do Marcola e demais líderes para o sistema prisional federal”, explicou Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Ele afirmou que alguns dos alvos provavelmente estão foragidos no Paraguai ou na Bolívia, mas que outros já foram presos nesta segunda.
Ainda de acordo com Gakiya, essa é considerada a maior operação contra o grupo criminoso desde a transferência da liderança da facção para o sistema penitenciário federal.
“Pela primeira vez conseguimos identificar a liderança de rua, indivíduos que dificilmente falam ao telefone, que dificilmente podem ser presos em situação de flagrante. Conseguimos um material probatório para poder isolá-los.”