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Operação integrada do MP no Amazonas combate lavagem de dinheiro de esquema ligado ao CV

Ação integrada entre os Gaecos de Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo desarticula esquema ligado ao Comando Vermelho e cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em Manaus e Tabatinga


Uma ação integrada interestadual entre os Ministérios Públicos de Minas Gerais (MPMG), Amazonas (MPAM), Rio de Janeiro (MPRJ) e Espírito Santo (MPES), por meio de seus Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos), resultou na operação Custos Fidelis, deflagrada na manhã desta quinta-feira (25), em Manaus e Tabatinga.

A ofensiva contou ainda com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícias Civil e Militar de Minas, com apoio da PC do Amazonas, consolidando uma articulação organizada no enfrentamento ao crime em escala nacional.

Na operação, foram cumpridos 48 mandados de prisão e 84 de busca e apreensão em quatro estados, além do bloqueio judicial de R$ 223,5 milhões em contas e criptoativos, que juntos superam R$ 18 bilhões, de acordo com o MPMG. Houve ainda a apreensão de oito veículos e a indisponibilidade de um imóvel de luxo avaliado em R$ 3,9 milhões, na Praia do Patacho (AL).

Foram cumpridos quatro mandados de busca em empresas em Manaus. Em Tabatinga, um mandado de prisão estava em andamento até as 10h30 desta quinta.

Estrutura empresarial do crime

As investigações revelaram que a facção Família Teófilo Otoni (FTO), ligada ao Comando Vermelho (CV), atuava como uma “verdadeira empresa do crime”, com núcleos especializados em logística, finanças e ataques armados. O grupo utilizava empresas de fachada nos setores de gás, internet, câmbio e, principalmente, comércio atacadista de pescados, movimentando cifras milionárias e fazendo uso de criptoativos para dificultar o rastreamento.

Importância da atuação integrada

Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado do MPAM (Caocrimo), Leonardo Tupinambá, a cooperação entre os Gaecos estaduais foi determinante para o êxito da operação. “Empresas de fachada localizadas no Amazonas funcionavam como hubs nacionais de aquisição de drogas, abastecendo facções em diversos estados”, informou, ao destacar que o trabalho conjunto permitiu identificar depósitos pulverizados e a ocultação de valores por meio de criptomoedas, evidenciando a eficácia da atuação coordenada.

A operação Custos Fidelis representa mais um marco na estratégia nacional de combate ao crime organizado, ao sufocar financeiramente organizações criminosas e reforçar o compromisso dos Ministérios Públicos em atuar de forma articulada e integrada no enfrentamento às facções.

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