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Secretaria de Estado de Polícia Militar determinou a suspensão de todo o expediente administrativo e colocou todas as unidades da corporação em estado de prontidão, em resposta ao recrudescimento dos confrontos nos complexos do Alemão e da Penha nesta terça-feira (28). Várias vias da cidade foram fechadas pelos bandidos do Comando Vermelho.
A cidade do Rio entrou, às 13h48, no estágio 2 do nivelador de risco adotado pelo Centro de Operações, da prefeitura. Este nível de atenção é atingido quando “há risco de ocorrência de alto impacto” na cidade, de um total de cinco estágios. A medida foi tomada após interdições que impactam diversas vias da cidade, em retaliação de criminosos à megaoperação policial realizada nos complexos do Chapadão e da Penha.
Uma megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, deixou quatro policiais civis e militares mortos e ao menos outros oito agentes feridos.
De acordo com a Polícia Civil, 52 suspeitos foram mortos, dois deles da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos. O objetivo da ação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV. Até o fim da manhã, 81 pessoas foram presas e 42 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

Coletiva
A Polícia Civil com a Polícia Militar e o governo do Rio, concedeu uma entrevista coletiva para detalhar a megaoperação deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte da cidade. Ao todo, 2,5 mil agentes de segurança saíram às ruas. Os criminosos contra-atacaram com barricadas, drones, bombas e tiros.
Durante a entrevista, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, classificou a operação como a maior já realizada no Rio de Janeiro e destacou que a ação foi planejada para ocorrer em áreas de mata, longe das comunidades, priorizando a segurança da população.
O pronunciamento ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, onde as forças de segurança centralizam o monitoramento das ações em tempo real.
Prisão de líder
Enquanto a coletiva de imprensa era realizada, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, recebeu a informação de que o traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, foi preso durante a operação.
As autoridades confirmaram que, em retaliação à megaoperação, traficantes do CV lançaram bombas com drones contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil do RJ.
Ele é considerado o braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV) na região.
O criminoso é chefe do Morro do Quitungo, também na Penha, e responde por uma série de ações criminosas ligadas a tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.
Participaram da coletiva também os secretários da Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.
De acordo com o Ministério Público, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá.
O denunciado Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas pela milícia.
Segundo a denúncia, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas bocas de fumo e nos pontos de monitoramento, e ordenam a execução de indivíduos que contrariem seus interesses.
Além deles, foram denunciados 15 homens que exercem funções de gerência do tráfico, responsáveis pela contabilidade, pelo abastecimento e por outras funções. Os outros denunciados, segundo a ação penal, atuavam como “soldados”, realizando o monitoramento e a segurança armada. A denúncia foi recebida e os mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.
Traficante do CV usaram drones para lançar granadas contra as forças de segurança no Complexo do Alemão, na zona Norte do Rio


