O Tigres, do México, será o adversário do Palmeiras, neste domingo (7), na estreia no Mundial de Clubes da Fifa. Os mexicanos asseguraram a vaga na semifinal contra o Verdão ao venceram de virada nesta quinta-feira (4) o Ulsan, da Coreia do Sul, por 2 a 1, no estádio Ahmad Bin Ali, na cidade de Al Rayyan (Catar).
A equipe sul-coreana saiu na frente com um gol de cabeça aos 21 minutos de Kee Hee Kim. Ainda no primeiro tempo, aos 37, o francês André-Pierre Christian Gignac empatou para o Tigres, cujo time é comandado pelo técnico carioca Tuca Ferretti. Já nos acréscimos, Gignac voltou a marcar e garantiu a classificação dos mexicanos.
Quem vencer o confronto, garante o passaporte para a grande final do Mundial. O último semifinalista será definido logo mais, também em Doha: às 14h30, o time anfitrião Al Duhail entra em campo pelas quartas de final contra os egípcios do Al-Ahly. O vencedor vai encarar na próxima fase o Bayern de Munique, na segunda (8), às 15h.
Guia do Mundial: conheça os adversários do Palmeiras para dominar o planeta
Um pouco mais sobre os quatro times que tentarão terminar a semana com o título de “melhor do mundo”.
Palmeiras (Brasil) – É oficial: o Palmeiras jogará na temporada 2020 (encerrada em 2021, como se sabe) todas as partidas possíveis. Além das obrigatórias 38 rodadas do Brasileiro, o clube alviverde jogou 16 vezes no Paulista para se sagrar campeão em cima do rival Corinthians; e 13 vezes na Libertadores para ganhar o título no clássico com o Santos.
Na Copa do Brasil, entrou nas oitavas por estar disputando a Libertadores e já garantiu presença na final contra o Grêmio – chegando, assim, a oito partidas no torneio. E no Mundial de Clubes, independentemente do resultado da semifinal contra o Tigres, disputará dois jogos (seja o segundo deles a decisão ou a disputa de terceiro lugar).
A temporada, porém, não foi toda de glórias. Em outubro, após uma sequência de três derrotas o clube demitiu o treinador Vanderlei Luxemburgo. Mas os períodos de baixa duraram pouco tempo e, já sob o novo comando do português Abel Ferreira, o time alviverde carimbou o seu passaporte para o Mundial no Catar.
Para ganhar mais uma taça internacional no ano, o time conta com a grande fase do goleiro Weverton; a raça do zagueiro paraguaio Gustavo Gómez; o momento iluminado dos atacantes Rony e Luiz Adriano; e uma geração empolgante de jovens das categorias de base, como Patrick de Paula, Gabriel Menino e Gabriel Verón – entre outras estrelas.
Lá se vão mais de oito anos desde a última vez que o titulo mundial escapou das mãos de um europeu, justamente quando o Corinthians, rival do Palmeiras, superou o Chelsea na decisão, em 2012. Será que o embalado time de Abel Ferreira conseguirá repetir a façanha?
Tigres (México)
Se a Libertadores era uma “obsessão” para os palmeirenses, o que dizer da Liga dos Campeões da Concacaf para o Tigres? Nos últimos quatro anos, os auriazules haviam sido vice-campeões da competição três vezes (em 2016, 2017 e 2019) e, pior do que isso, carregavam o tabu de nunca ter vencido o torneio continental, enquanto o grande rival da mesma cidade, o Monterrey, já tinha levantado a taça quatro vezes.
Em 22 de dezembro de 2020, a sofrida espera acabou de forma emocionante: jogando em Orlando, nos Estados Unidos, o Tigres foi campeão continental derrotando de virada o americano Los Angeles FC – por 2 a 1, com gols de Ayala e Ginac nos minutos finais.
Para tentar se tornar o primeiro clube mexicano a atingir uma final de Mundial de Clubes, o Tigres conta com outros experientes jogadores que já defenderam as seleções de seus países e atuam no clube há várias temporadas: são exemplos o goleiro argentino Nahuel Guzmán (no time desde 2014); o lateral mexicano Javier Aquino (desde 2015); e o meia colombiano Luis Quiñones (desde 2016).
Em uma década no clube, Ricardo Ferretti já conquistou cinco vezes o Campeonato Mexicano e uma vez a Copa do México, além do título da Liga dos Campeões da Concacaf de 2020 e a histórica campanha do vice-campeonato da Libertadores de 2015 (quando o time eliminou o Inter na semifinal e caiu na decisão diante do River Plate).
Bayern de Munique (Alemanha)
Há quem diga que os clubes europeus não se importam tanto com o Mundial de Clubes, mas é difícil imaginar que o papa-títulos Bayern de Munique entre em uma competição sem dar o máximo para acrescentar mais uma taça à sua coleção.
O clube bávaro chega ao Catar na liderança absoluta da Bundesliga (torneio do qual já é octacampeão consecutivo) e com a força de quem venceu a Liga dos Campeões de 2019/20 com a campanha mais dominante da história: vencendo todas as onze partidas disputadas e com um impiedoso 8 a 2 no Barcelona nas quartas de final.
Na atual edição do principal torneio europeu de clubes, o Bayern também está invicto (foram cinco vitorias e um empate na primeira fase, contra o Atlético de Madrid) e é favorito no confronto de oitavas de final contra a Lazio, da Itália, que começa a ser decidido em 23 de fevereiro.
No comando da equipe desde 2019, o treinador Hans-Dieter Flick, ex-auxiliar de Joachim Löw na seleção alemã (sim, ele estava no 7×1), em pouco tempo já ganhou quase tudo que poderia pelo clube: tem um Campeonato Alemão (2019/20), uma Copa da Alemanha (2019/20), uma Liga dos Campeões da Uefa (2019/20), uma Supercopa da Uefa (2020) e uma Supercopa da Alemanha (2020).
Para conquistar a taça (que seria o quarto título mundial do clube), Flick conta com alguns dos maiores jogadores do mundo na atualidadem entre eles o atacante polonês Robert Lewandowski, também eleito o melhor jogador do mundo no último ano.
E ainda há os astros de outras seleções, como os frances Pavard e Lucas Hernandez; os espanhóis Javi Martínez e Marc Roca; o austríaco Alaba; além, claro, do brasileiro Douglas Costa.
Al Ahly (Egito)
Não há como questionar que o Bayern (com seis títulos da Champions League), o Palmeiras (duas Libertadores) e o Tigres (pela primeira vez campeão da Concacaf) são gigantes em seus continentes, mas nenhum deles tem a supremacia do Al Ahly na África: na temporada 2019/20, o clube egípcio conquistou pela nona vez o título de melhor clube africano, batendo na final o Zamalek, seu rival local da região metropolitana do Cairo.
Com uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do mundo, o Al Ahly jogará a semifinal do Mundial de Clubes pela terceira vez em seis participações, mas essa será a primeira oportunidade em que enfrentará um europeu.
Em 2006, o Al Ahly perdeu por 2 a 1 para o Internacional, que venceu com gols de Alexandre Pato e, do hoje atacante do Palmeiras, Luiz Adriano. Seis anos depois, em 2012, novamente o time africano fez partida dura na semifinal e caiu por 1 a 0 diante do Corinthians, que marcou com o peruano Paolo Guerrero.
Agora sob o comando do sul-africano Pitso Mosimane, o maior vencedor do futebol egípcio tentará mais uma vez deixar uma boa impressão no Mundial de Clubes contando com diversos jogadores da seleção do país, que em 2018 encerrou jejum de 28 anos e jogou a Copa do Mundo.
Entre os atletas da seleção nacional, podem ser destacados nomes como o do goleiro Mohamed El Shenawy, capitão da equipe; o meia Hussein El Shahat; o jovem meia-atacante Mohamed Magdy, uma das maiores promessas do futebol egípcio, o também jovem atacante Taher Mohamed e o experiente centroavante Marwan Mohsen.
Mas o clube também conta com destaques de outras seleções africanas, como o zagueiro marroquino Badr Benoun e o lateral tunisiano Ali Maâloul, ambos convocados para suas seleções na Copa do Mundo de 2018; além do meia malinês Aliou Dieng; e os atacantes Walter Bwalya, da República Democrática do Congo; e Junior Ajayi, nascido na Nigéria.
Por muito pouco, o clube não levou ao Mundial um nome conhecido dos brasileiros: o atacante angolano Geraldo, ex-Coritiba, Paraná e Atlético-GO, que se transferiu recentemente para o futebol turco.
O desafio de eliminar o Bayern de Munique é o maior da história de 113 anos do Al Ahly, mas garra não faltará aos egípcios, que já deixaram pelo caminho o atual campeão catari Al-Duhail, que teve em campo o ponta brasileiro Dudu, justamente um grande ídolo da torcida palmeirense que deixou o clube em 2020, antes da conquista da Libertadores.