
Com ausências esperadas durante o ano eleitoral de 2026, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Manaus (CMM) propôs um projeto que permite a realização de sessões plenárias em formato virtual ou híbrido.
O Projeto de Resolução da CMM nº 020/2025 altera o Regimento Interno da Casa e busca criar brechas para que, em situações “excepcionais”, os vereadores possam participar de forma remota — sem precisar estar fisicamente no plenário.
Segundo a justificativa, a intenção seria modernizar as regras internas e adequar a estrutura administrativa à era digital, especialmente com o avanço do sistema eletrônico de tramitação de documentos.
No entanto, a medida não passou despercebida entre os parlamentares, que fizeram críticas sobre o momento e a motivação da proposta.
Críticas e suspeitas de conveniência
Entre as principais preocupações levantadas está o receio de que o formato virtual se torne um instrumento conveniente para vereadores que disputarão cargos em 2026, permitindo o distanciamento físico das sessões sem prejuízo à presença oficial.
Um levantamento com base no Sistema de Apoio Legislativo (SAPL) da CMM, mostrou que mesmo com a obrigatoriedade de reunião presencial, nove comissões não se reúnem há meses.
Outros parlamentares entendem que a proposta enfraquece o debate público e o acompanhamento das atividades pela sociedade, já que as reuniões presenciais garantem maior transparência e fiscalização.
A Mesa Diretora defende que o projeto apenas atualiza o regimento da Câmara, tornando-o mais ágil e compatível com situações emergenciais, como calamidades ou impedimentos de acesso ao plenário.
Ainda assim, o texto divide opiniões e teve a votação suspensa após pedido de vista — o que indica que a discussão sobre o tema ainda está longe de terminar.


