Portal Você Online

PC-AM não sabe ainda como irá indiciar o investigar em caso de tiro no advogado

A Polícia Civil do Amazonas ainda não sabe como enquadrar o policial Raimundo Nonato Machado na lei. Ele se envolveu em uma briga e deu o revólver à esposa, Jussana Machado, que atirou no advogado Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, na última sexta-feira (18). O tiro atingiu a perna de Ygor durante briga no condomínio Life, na zona oeste de Manaus.

A informação foi dada pelos delegados Bruno Fraga e Guilherme Torres, delegado-geral e delegado-geral adjunto da instituição, respectivamente, realizado nesta segunda-feira (21), em coletiva de imprensa para falar sobre o caso.

Fraga esclareceu, ainda, que pode haver uma alteração na tipificação do que foi imputado ao servidor, para que ele responda a outros crimes. Isso ocorrerá a partir da análise técnica que será feita durante o prazo legal do Inquérito Policial (IP) instaurado no 19º DIP.

O delegado-geral adjunto reforçou que, no decorrer do procedimento, as testemunhas do fato serão ouvidas e as imagens da câmera de segurança, bem como o laudo pericial e demais materialidades, serão analisadas.

“Ressalto que não houve omissão por parte do plantão do 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) no momento da apresentação dos envolvidos. As materialidades apresentadas fez com o que o delegado plantonista decidisse por imputar o crime de lesão corporal ao investigador e flagrantear a esposa dele por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça”, disse Bruno Fraga.

A esposa do policial civil foi presa em flagrante por lesão corporal contra a babá e Raimundo Nonato Monteiro responde como coautor. Conforme o delegado-geral Bruno Fraga, o caso precisará de análise dentro do prazo do inquérito policial, que é de dez dias.

“Reiteramos que a PC-AM reprova o ocorrido e não coaduna com qualquer tipo de violência para solucionar conflitos.

Colocaremos todos os esforços para que os fatos sejam esclarecidos e iremos apurá-los com todo rigor.
Novamente, nos solidarizamos com as vítimas e repudiamos a conduta do investigador”, disse Guilherme Torres.

Relembre o caso

O investigador da Polícia Civil do Amazonas, Raimundo Nonato Monteiro, 61 anos, que deu a sua arma para a esposa, Jussara Machado, atirar contra o advogado, Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, na noite da última sexta-feira (18), no estacionamento do condomínio residencial Life Ponta Negra, na Avenida Coronel Teixeira, ao lado do 19º Distrito Integrado de Polícia, foi preso na manhã deste domingo (20).

Segundo a Polícia Civil, ele se apresentou espontaneamente na sede da Delegacia Geral (DG), em Manaus. Em nota, a corporação disse que não compactua com qualquer desvio de conduta dos servidores e afirma que todas as transgressões administrativas são apuradas.

Neste sábado (19), o juiz Alcides Filho do Tribunal de Justiça do Amazonas emitiu, mandado de prisão contra o policial civil. A sua mulher já estava presa.

Vídeos captados pelas câmeras de segurança do condomínio, mostram as cenas da confusão protagonizadas pela mulher do policial atirando na perna do advogado que tentava apartar uma briga com a babá de seus filho.

Raimundo Nonato chegou a ser considerado foragido pela Justiça do Amazonas. Ainda ontem, a justiça já havia mantido a prisão de Jussara Machado.

“Nos autos se verifica que o agente participou diretamente do crime de tentativa de homicídio contra a vítima e sua babá, ao entregar a sua arma para a sua esposa, que não conseguiu consumar o crime, pois o seu braço foi empurrado, momento em que acionou o gatilho da arma”, escreveu o magistrado em sua decisão.

O juiz cita que o policial já se envolveu em confusões com outros vizinhos e já foi demitido da Polícia Civil em 2010, em consequência de um Processo Administrativo.

Em ofício encaminhado para o juiz plantonista da Comarca de Manaus, o delegado do 36º DIP (Rio Preto da Eva), Henrique Brasil Couto, informa que o mandado de prisão contra o policial foi cumprido – veja abaixo – para que ele possa ser encaminhado a audiência de custódia, em Manaus.

O advogado interveio para socorrer a babá do filho dele, Claudia Gonzaga, de 40 anos, que era agredida por Jussana. As agressões e o momento do disparo foram registrados por câmeras de segurança do condomínio.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *