Números de pesquisa do IBGE mostram a queda na atividade pecuária no Amazonas, estado que já liderou produção.

O Amazonas registrou queda no número de abate de bovinos em 2023 em relação ao ano de 2022. Em números absolutos, foram abatidas 155.136 mil cabeças de gado no ano passado, contra 160.176 no ano anterior.
Com isso o Estado foi o único da Região Norte que sofreu redução no número de abates.
“Na contramão do país, o Amazonas reduziu o número de abate de bovinos em 2023. Rondônia foi o Estado da Região que mais ampliou os abates em 2023. Consequentemente, o peso das carcaças também sofreu redução“, analisou o chefe de Disseminação da Informação do IBGE, Luan da Silva Rezende.
Com o resultado, que aponta para a redução da atividade de pecuária de corte, o Estado ocupa a quinta posição regional em número de bovinos abatidos, à frente apenas de Roraima e Amapá, sendo que esse último não realizou abate legalizado.
Rondônia ampliou em 41,1% o número de abates e foi o Estado da Região Norte com maior crescimento em 2023, superando, inclusive, o Pará que é um tradicional produtor de carne bovina.
Estes números constam do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA – Abate, leite e Ovos), divulgado nesta terça-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que há tempos vem registrando a queda da atividade pecuária no Amazonas.
A pecuária de corte do Amazonas somou 40.673 cabeças de gado bovino, entre bois, vacas, novilhos e vitelos. Houve retração de 6,12% ante os três meses anteriores (43.324), e recuo de 1,36% no confronto com o mesmo acumulado do ano passado (41.175).
Foi o pior resultado da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o período, desde 2010 (49.634). Em termos de pesagem, os abates superaram 9.394 toneladas, registrando decréscimos de 5,59% e de 1,74%, em relação aos respectivos períodos anteriores. O número de informantes se manteve em 15, em todos os casos.
Os abates foram crescentes no Amazonas, de 2011 a 2017, quando chegaram ao número máximo de 68.500, para começarem a cair nos anos subsequentes – especialmente após a pandemia.
A sondagem do terceiro trimestre de 2022 mostra que produção seguiu oscilante entre julho (13.663), agosto (14.738) e setembro (12.272).
Os bois representaram 79,47% dos animais abatido, com 32.322 cabeças que somaram 7.993 toneladas. A quantidade foi 3,14% menor do que a do segundo trimestre (33.370). Outro diferencial do período foi a reintrodução das vacas (7.931) nos abates.
O Estado seguiu em trajetória inversa à da média nacional, que somou 7,85 milhões de cabeças, em aumentos de 6,22%, no trimestre, e de 11,9%, em reação ao mesmo período de 2021.
“A variação positiva de 32,3% ante setembro do ano passado deve-se, em grande parte, ao embargo chinês à carne bovina brasileira vigente entre setembro e dezembro de 2021 por conta de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina”, salientou o supervisor da Bernardo Viscardi, em texto postado no site da Agência de Notícias IBGE.
O órgão de pesquisa não informou novamente os dados de abate de suínos no Amazonas, já que a quantidade local de informantes ficou novamente abaixo de três. A atividade também bateu recorde em todo o país (14,45 milhões) também avançou no Brasil, com a maior alta trimestral (+5%) desde 1997. Segundo o IBGE, as exportações recordes (288,55 mil toneladas) contribuíram para o escoamento da produção.
Ovos e leite
A produção de ovos de galinha não foi melhor e também percorreu trajetória oposta à da média nacional. Encolheu 3,91%, na virada trimestral, passando de 11.793 mil dúzias para 11.332 mil dúzias.
A produção se manteve basicamente equilibrada em julho (3.868), agosto (3.825) e setembro (3.638). Em contraste, a produção brasileira de ovos de galinha bateu novo recorde da série, alcançando 1,02 bilhão de dúzias e atingindo alta de 0,5% sobre o 2021.
Já a quantidade de galinhas poedeiras (1,50 milhão) encolheu 6,25% e 22,68%, no Amazonas, respectivamente. Vale notar que a base de dados do IBGE informa também que a quantidade de estabelecimentos informantes locais para os dados de poedeiras e produção de ovos (24) também foi menor do que as registradas no segundo trimestre de 2022 (25) e no acumulado de julho a setembro do ano passado (31).
A pesquisa fornece informações sobre o total de cabeças abatidas e o peso total das carcaças para as espécies de bovinos (bois, vacas, novilhos e novilhas), suínos e frangos, tendo como unidade de coleta o estabelecimento que efetua o abate sob fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal.
A periodicidade da pesquisa é trimestral, sendo que para cada trimestre do ano civil os dados são discriminados mês a mês.
Produção de leite com ligeira alta
A produção de leite cru, em 2023, foi de 10.543 mil litros. Embora tenha aumentado a produção de leite cru em 22,1%, o Amazonas foi o penúltimo estado da Região Norte em produção.
Rondônia liderou o ranking regional com 564.136 mil litros, seguido do Pará com 180.906 mil litros.
A produção, conforme dados da Secretaria de Produção Rural, concentrou-se na bacia leiteira de Autazes, município da Região Metropolitana de Manaus, e em menor escala em Parintins, na região do Baixo Amazonas.
O rebanho, contudo, está concentrado na região Sul do Estado, em municípios como Boca do Acre e Humaitá, onde a pecuária de corte abastece frigoríficos da região Centro-Oeste.
Ovos e leite
A produção de ovos de galinha não foi melhor e também percorreu trajetória oposta à da média nacional. Encolheu 3,91%, na virada trimestral, passando de 11.793 mil dúzias para 11.332 mil dúzias. O declínio foi ainda maior na comparação com o dado de 12 meses atrás (14.505 mil dúzias), e chegou a 21,87%. Foi o número mais baixo da série histórica do IBGE desde o começo da pandemia, no primeiro trimestre de 2020 (11.285). A produção se manteve basicamente equilibrada em julho (3.868), agosto (3.825) e setembro (3.638). Em contraste, a produção brasileira de ovos de galinha bateu novo recorde da série, alcançando 1,02 bilhão de dúzias e atingindo alta de 0,5% sobre o 2021.
Já a quantidade de galinhas poedeiras (1,50 milhão) encolheu 6,25% e 22,68%, no Amazonas, respectivamente. Vale notar que a base de dados do IBGE informa também que a quantidade de estabelecimentos informantes locais para os dados de poedeiras e produção de ovos (24) também foi menor do que as registradas no segundo trimestre de 2022 (25) e no acumulado de julho a setembro do ano passado (31).