O trio formado há três anos registra o tempo de estrada em álbum intitulado ‘Três Rios’ com canções que envolvem influências distintas e temáticas de interesse público e científico.
O grupo Pelabera atua no cenário musical desde 2018, mas apenas três anos após sua formação estreia nesta terça-feira (14), seu primeiro álbum, disponível nas plataformas digitais. A produção foi possibilitada através de contemplação no edital Aldir Blanc com o prêmio Feliciano Lana – 2020 pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas.
A formação conta com integrantes da banda Manauaras em Extinção, tendo o rapper Jander Manauara nos vocais e composição, o grafiteiro e músico Denis LDO nos vocais e também na composição, além do DJ Otto Bráu nos beats e produção musical. A junção dos músicos neste projeto passeia por diversos estilos musicais, do Hip Hop ao R&B, música latina, cumbia, salsa e muitos outros, o que tornou este um experimento em que cada membro acrescenta influências além de qualquer projeto já existente.
Jander Manauara, músico, atuante no Hip Hop amazonense há mais de 20 anos, assina neste projeto também a produção do conceito artístico que o grupo possui. O artista destaca que através do grupo também é possível abordar temas da atualidade, de interesse público e científico, demonstrando o diferencial do projeto nas letras.
“O PelaBera nasceu como uma forma de escoar alguns artigos científicos tendo nesses alicerces técnicos meios para composições de cada faixa”, afirma Jander.
Já para o artista de arte urbana visual, Denis LDO, as produções do grupo funcionam como um reflexo das vivências de cada membro enquanto artistas e cidadãos da área urbana da Amazônia.
“A forma urbana e esse intermediário regional é a escrita contida na nossa arte; o cotidiano, o âmbito do Norte do país, a aparência do povo nortista, as desigualdades sociais e as transformações das cidades e formações de novos meios de produções culturais por todo estado… Movimentamos tudo isso na nossa poesia”.
O novo álbum ‘Três Rios’ é um trabalho que reúne 09 faixas com algumas canções já lançadas em formato audiovisual. Entre elas a primeira música lançada em videoclipe “Olha a Água” e a “Filha do Rio Negro” que aborda a temática da violência contra a mulher indígena, reunindo dados de levantamento feitos pelos compositores, a música também já foi registrada em clipe com direção de Matheus Crazy, do Coletivo Orígenas.
Entre as inéditas estão “Tudo Parado” que retrata a realidade do trânsito na cidade de Manaus (AM) e “A Cena” que crítica os conflitos do cenário local/regional da cultura amazonense.
O trabalho além de reunir e debater diversas temáticas, traz junto a mistura de sons, a participação de diversos músicos numa verdadeira produção de intercâmbios regionais, entre eles estão as cantoras Tainá Garmendia (AM/RJ), Beatriz Penapucci (SP), Laura Dulov (AM), o rapper Jorge Antagonista (AP) e o produtor Guilherme Vaz (RJ). A capa é concebida pela dupla de artistas visuais Curuminz, de Parintins (AM) e finalizada pelo artista local, Luiz Henrique, conhecido como Fronteira Imaginária.
A produção em tempos de pandemia ocorreu toda de forma “In the box” que significa quando a música é construída totalmente de forma digital, por meio de placa de áudio, no notebook, com captação de voz isolada e com 90% de arranjos feitos através de samplers e plugins virtuais, segundo o produtor musical do álbum, Otto Bráu.
O álbum será disponibilizado a partir desta terça-feira (14), nas plataformas digitais (SoundCloud e YouTube) e a continuidade dos trabalhos do grupo estará disponível nas redes sociais (@pelabera) no Facebook e Instagram.