Aeronave venezuela desobedeceu ordens, piloto lançou avião na represa; 380 kg de maconha foram apreendidos pela Polícia Federal.

Um avião bimotor, vindo da Venezuela, foi interceptado nesta quarta-feira (10) pela Força Aérea Brasileira (FAB) ao entrar de forma ilegal no espaço aéreo brasileiro, próximo ao município de Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.
Caças A-29 Super Tucano foram acionados pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) para obrigar a aeronave a mudar de rota. O piloto, no entanto, desobedeceu às ordens da Defesa Aérea e lançou o avião nas águas da represa de Balbina.
Equipes da Polícia Federal, transportadas por helicóptero Bell 412, realizaram o controle no solo e apreenderam aproximadamente 380 kg de maconha do tipo skunk dentro da aeronave.
A FAB não informou se o piloto sobreviveu, foi preso ou conseguiu fugir. A ação integra a Operação Ágata Ostium, parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), reforçando a atuação coordenada entre a FAB e órgãos de segurança pública no combate a ilícitos transnacionais e na proteção do espaço aéreo brasileiro.
O avião, modelo Beechcraft 58 Baron, prefixo PR-DCS, foi identificado pelos radares brasileiros. A interceptação integra a Operação Ágata Ostium, que faz parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras ) PPIF). As abordagens aéreas seguem regras estabelecidas em um decreto de 2004.
A lei afirma que o militar deve primeiro orientar, via rádio ou sinais virtuais, o piloto da aeronave suspeita a pousar em local determinado para ser submetido a medidas de controle no solo por autoridades policiais. Se o alerta for ignorado, é autorizado disparo de aviso, “com munição traçante, pela aeronave interceptadora, de maneira que possam ser observados pela tripulação da aeronave interceptada, com o objetivo de persuadi-la a obedecer às ordens transmitidas”.
Em último caso, o piloto do avião militar pode disparar contra o alvo, que passa
a ser considerado hostil.
Em maio, dois Super Tucanos da FAB interceptaram no Pará cerca de 200 kg de skunk. Após pouso forçado em área de mata, os ocupantes atearam fogo na aeronave e fugiram deixando a droga para trás.
Aviões e helicópteros da Força Aérea interceptaram, de janeiro de 2019 até julho do ano passado, 4.020 aeronaves sem autorização para voar no espaço aéreo brasileiro ou que pudessem significar alguma ameaça à segurança pública.
Em 90 dessas operações houve a necessidade de disparos para que o piloto advertido pousasse ou mudasse sua rota para uma indicada.
Esses aviões suspeitos são na sua maioria usados para tráfico de drogas ou que voam em áreas proibidas, como a Terra Indígena Yanomami, que teve seu espaço aéreo fechado em 2023, entre outros, por causa de ações contra o garimpo ilegal.


