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Pesquisa estuda substâncias naturais da biodiversidade para tratamento mais eficaz contra o câncer

Identificar novos derivados bioativos de substâncias naturais e compostos sintéticos a partir da biodiversidade de países como Brasil, Marrocos e Finlândia, com potencial terapêutico para o tratamento contra o câncer, uma alternativa de terapias mais direcionadas e personalizadas, levando a tratamentos mais eficazes e menos invasivos.

Esse é o objetivo de pesquisa realizada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), na busca por novos tratamentos contra o câncer, uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo, a fim de entender suas origens, desenvolvimento e possíveis tratamentos para reduzir seu impacto na saúde global, uma vez que as opções de quimioterapia atualmente disponíveis são caras, têm uma crescente resistência e causam efeitos colaterais intensos.

O estudo intitulado “Bioprospecção de compostos naturais e sintéticos com potencial anticancerígeno e imunomodulador” é uma importante contribuição para o desenvolvimento tecnológico da região.

A procura por substâncias naturais com propriedades anticancerígenas pode oferecer benefícios como, por exemplo, menor toxicidade, redução de efeitos colaterais e também custos mais acessíveis em comparação com as drogas sintéticas atuais.

O coordenador da pesquisa e doutor em Ciências Médicas, com ênfase em imunologia, microbiologia e patologia, Gemilson Soares Pontes, explica sobre a busca por possíveis alternativas promissoras de substâncias naturais, com potencial anticâncer e imunomodulador (moléculas que estimulam a resposta natural/específica e moderam a resposta hiperativa), para alternativas terapêuticas no futuro. 

Até o momento, foram encontrados vários compostos com potencial para o tratamento do câncer. Um destaque é um novo derivado de piridina, que mostrou excelente atividade anticancerígena em testes in vitro e in vivo.

Outra descoberta promissora é uma fração de extrato da planta Caralluma europaea, nativa do Marrocos. Essa fração demonstrou uma variedade de atividades anticancerígenas, anti-inflamatórias e cicatrizantes nos testes realizados.

“Vamos usar substâncias de laboratórios de várias partes do mundo e modificar algumas delas para ver se conseguimos melhorar suas propriedades. Utilizamos técnicas computacionais para prever como essas substâncias podem funcionar”, disse Gemilson Soares.

Logo depois, foram realizados testes em células cancerígenas e as normais para analisar a capacidade de eliminação apenas das cancerígenas, sem prejudicar as saudáveis.

O estudo também analisa como as substâncias afetam o ciclo de vida das células do câncer e a possibilidade de controle do crescimento das células. 

“No final, esperamos encontrar compostos que possam ser explorados em pesquisas in vivo para avaliar seus potenciais em tratar o câncer sem causar grandes danos ao organismo. Se conseguirmos, isso poderia levar a novos medicamentos contra o câncer que sejam mais seguros e acessíveis”, completou o pesquisador. 

O estudo, em desenvolvimento, ocorre em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade de Helsinque, da Finlândia, Instituto de Química Orgânica da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia e Universidade Sidi Mohamed Ben Abdellah, no Marrocos. 

Ao todo, a pesquisa gerou cinco publicações até o momento. Leia mais a seguir sobre os resultados da piridina (http://tinyurl.com/4xweushw) e da planta Caralluma europaea (http://tinyurl.com/4j922wh5).

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