Equipe médica do hospital Delphina Aziz, liderada pelo infectologista da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas (Fiocruz/AM), Marcus Lacerda, realizou testes com a cloroquina em 81 pacientes durante duas semanas e conseguiu reduzir para 13% o índice de letalidade dos pacientes, abaixo dos atuais 18% a 20% da média mundial tratados com o medicamento. Do total de 81 pacientes no protocolo, 11 morreram de Covid-19, por agravamento de quadro.
Alguns pacientes receberam alta e outros saíram da UTI após o uso da cloroquina. De acordo com Marcus Lacerda, ainda é preciso um mês de estudo para fazer uma avaliação final. Os resultados foram apresentados pelo pesquisador durante uma live, com a participação dd governador Wilson Lima, na manhã desta segunda-feira.
A equipe médica testou duas dosagens, uma usada pelos EUA e outra pelos chineses. Em 10 dias, concluíram que elas eram muito altas em termos de toxicidade provocando arritmia e levando o doente a morte. Isso foi monitorado pela equipe médica, que está escrevendo um artigo científico para ser publicado em breve sobre o estudo.
A partir desse diagnóstico, a equipe de Lacerda abandonou esse protocolo e passou a reduzir as doses, equivalente as recomendadas pelo Ministério da Saúde. O efeito foi a redução do risco de morte.
“O paciente grave pode usar sem risco de morrer mais. O equivalente a dose do Ministério da Saúde. Muitos pacientes receberam alta, outros saíram da UTI. É muito cedo ainda e estamos numa margem de confiança e vamos continuar usando”, afirmou Lacerda.
O projeto conta com 70 profissionais de saúde que trabalham em regime de 24h no Delphina Aziz. O programa tem apoio de empresas do Polo Industrial de Manaus, que cederam computadores e tablets; da Afeam, a agência de pesquisa do estado que concedeu bolsas para pesquisa, parlamentares que destinaram emendas, além da Fiocruz/AM e da Fundação Instituto de Medicina Tropical.
Saiba mais
A cloroquina ou hidroxicloroquina – nome genérico do produto – é um remédio usado para o tratamento da malária desde a década de 1930. Ela também foi usada no tratamento de doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide. O uso incorreto pode causar insuficiência cardíaca, comportamento suicida e até cegueira.
