Pessoas que já pegaram a doença podem voltar a se reinfectar porque imunidade dura de quatro a seis meses, explicou cientista Lucas Ferrante.
Um grupo multidisciplinar de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estão produzindo estudos para tentar entender os efeitos da pandemia em Manaus. Os pesquisadores estão analisando um caso de reinfecção ocorrido na capital.
“A pessoa, primeiramente, foi assintomática, mas testando positivo, inclusive com o teste RT-PCR em junho e se reinfectando em outubro, apresentando um quadro um pouco mais grave do que o assintomático, que essa pessoa apresentou na primeira infecção”, afirmou o cientista Lucas Ferrante, mestre em biologia, doutorando do programa de biologia do Inpa.
Segundo o pesquisador, a pandemia nunca esteve controlada no Amazonas e o grupo já havia percebido que o Estado passaria por uma segunda onda de contaminações desde agosto. “A ideia de imunidade de rebanho, desde o início da pandemia, já era cogitada como algo impossível. E o cenário hoje observado, de segunda onda em Manaus, descarta completamente qualquer ideia de imunidade de rebanho. É uma ideia totalmente absurda”, disse.
“Sabemos que a imunidade naturalmente adquirida por quem teve contato com coronavírus dura entre quatro e seis meses apenas. Muitos anticorpos específicos do tipo IGG, que são os que garantem essa imunidade, eles vão diminuindo até desaparecer do organismo”, explicou.
Eficácia da vacina
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou na quinta-feira (7) que negocia a aquisição de 700 mil doses da vacina produzida pela empresa AstraZeneca para combate à Covid-19 na capital. O pesquisador explicou que a vacina contra a Covid-19 não é um remédio individual. “Ela tem como finalidade ter um fenômeno coletivo de imunização da população, por isso é importante que todos se vacinem. Sem exceção”, disse.