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Mais de uma tonelada de cocaína foi apreendida no Porto deSantos, em São Paulo. A operação foi feita em conjunto pela Polícia Federal e a Receita nos contêineres de exportação para a Europa, na última sexta-feira e divulgada neste fim de semana.
Os agentes interceptaram pelo menos 478 quilos da droga numa carga de madeira com destino ao porto de Antuérpia, na Bélgica. Numa segunda fiscalização, a PF ainda encontrou outros 635 quilos de cocaína escondidos numa carga de grafite com destino ao porto de Roterdã, na Holanda.
A tendência de alta nas apreensões de cocaína ocorre desde o ano passado, quando o Brasil registrou recorde de 75 toneladas interceptadas, entre janeiro até o começo de dezembro, 56% mais do que em 2019, segundo levantamento da Polícia Federal (PF). Em relação a 2012, primeiro registro da série histórica, o salto foi ainda maior, de 275%.
Se os números expõem um rigor maior na fiscalização, revelam também um fato nada animador: há mais cocaína circulando no país. As áreas de cultivo da folha de coca, matéria-prima da cocaína, vêm numa tendência de crescimento, puxada pelos vizinhos Peru, Bolívia e Colômbia, segundo o World Drug Report 2017, relatório produzido pelo braço da ONU para Drogas e Crime (UNODC).
O padrão de exportação das facções vem chamando a atenção das autoridades brasileiras desde 2013. Um ano depois, a Polícia Federal deflagrou a Oversea, primeira operação que identificou o modo de atuação das facções nos portos. Na impossibilidade de guardar seus 16 mil quilômetros de fronteira e impedir a entrada da cocaína, a PF passou a investir na fiscalização na saída.
Em 2019, a polícia já apreendeu 30,6 toneladas de cocaína nos portos, diante das 18 toneladas em 2018: 70% a mais.