Agentes tentam prender 50 pessoas, 22 delas no estado de São Paulo. Traficante preso em Jundiaí em 2019 foi peça-chave para deflagrar operação desta terça (18). Justiça determinou apreensão de fazendas, aviões.

A Justiça Federal em Pernambuco determinou, nesta terça-feira (18), o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados por uma operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Também foi ordenado o bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.
Deflagrada ela PF a operação Operação Além-Mar também cumpre 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias) contra o contra o tráfico internacional de drogas em 12 estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal e 139 mandados de busca e apreensão.
Os investigadores acreditam que a droga saía do Paraguai, entrava no Brasil e, através de portos brasileiros, era enviada a países europeus, como Holanda e Bélgica. Os entorpecentes seriam transportados pelo território brasileiro em helicópteros.
São Paulo concentra a maior parte dos mandados, sendo 22 de prisão e 60 de busca e apreensão. No estado, o objetivo central da operação é a prisão do traficante Caio Bernasconi Braga, conhecido como Alemão.

Entenda o esquema – De acordo com a PF de PE, a ação contava com a atuação de quatro grupos autônomos que viabilizavam o tráfico.
O primeiro, na capital paulista, operava a entrada da cocaína pela fronteira com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de SP e distribuindo-a no atacado para outras quadrilhas no Brasil e na Europa.
O segundo grupo, em Campinas (SP), recebia a droga e distribuía e exportava o produto para Cabo Verde e Europa.
O terceiro, em Recife (PE), formado por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão, atuava na logística do transporte rodoviário e armazenamento da droga até ela ser escondida nos contêineres.
O quarto grupo, no Brás (bairro na região central de SP), agia como banco paralelo, disponibilizando contas bancárias (de empresas fantasmas, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentar os valores obtidos ilegalmente.

Início das investigações – As autoridades começaram a investigar o esquema em 2018. Segundo a PF, “mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março/20 e julho/20 mais de 1,5 tonelada de cocaína”.
Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso.
Dentre esses presos esta o traficante Romilton Queiroz Hosi, preso em Jundiaí, no interior paulista, em março de 2019 e que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos. Ele era procurado pela Polícia Federal e pela NCA (National Crime Agency), do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí (SP) em março de 2019.


