A Superintendência da Polícia Federal no Amazonas desarticulou, nesta terça-feira (16), em Manaus, Tabatinga (AM) e Sorocaba (SP), uma organização criminosa que explorava o tráfico de drogas interestadual por meio do recrutamento de ‘mulas’ – pessoas que transportam o entorpecente – e lavava o dinheiro do crime numa loja de ‘fachada’ que revendia carros importados de alto padrão.
Uma pessoa foi presa com 10 kg de droga no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de Manaus e numa casa no Parque 10, na capital amazonense, os federais encontram dezenas de motocicletas BMW. A outra prisão foi em Sorocaba, em São Paulo. As identidades dos presos não foram reveladas pela PF.
O esquema funcionava com a seleção de ‘mulas’ em regiões de baixa renda da capital amazonense, que eram financiadas com passagens aéreas e hospedagem com destino a Sorocaba, onde a droga era deixada e feito o pagamento. Uma pessoa foi presa na cidade do interior paulista e com ela a polícia encontrou 400g de ouro sem registro de procedência.
O dinheiro da droga era lavado com a venda de carros com valores de 100 a 500 mil de marcas de alto padrão. Mais de 15 motocicletas e carros do tipo SUV lotaram o estacionamento da sede da PF, no bairro Dom Pedro, em Manaus.
Na conta de um único suspeito a PF identificou a movimentação de R$ 10 milhões em dinheiro, que eram incompatíveis com seu estilo de vida.
“Fizemos um relatório de análise e conseguimos identificar que o estilo de vida que el levava eram incompatíveis com seus rendimentos e a conta bancária”, informou o delegado federal, Lucas Montenegro.
Denominada ‘Operação Narco Grooming’ foi desencadeada nas primeiras horas da manhã e mobilizou 70 agentes federais que cumpriram quatro mandados de prisão, 18 de busca e apreensão, além de oito medidas cautelares no residencial Topázio, no Parque 1o e no Dom Pedro, no bairro Planalto.
Segundo nota da Assessoria de Comunicação da PF, as medidas cautelares deferidas judicialmente visam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, além de aprofundar a investigação sobre a procedência, destinação da droga e identificação de outras pessoas envolvidas.
As penas dos crimes de tráfico de drogas, associação paro tráfico e lavagem de capitais podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
