A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo na investigação de uma suposta tentativa de golpe de estado para se manter no poder, mesmo após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.
Além do documento que levou à prisão de quatro militares de alta patente do Exército na última terça-feira (19), a investigação ainda abrange os ataques do 8 de Janeiro e conspirações golpistas descobertas durante as eleições presidenciais de 2022 e após a derrota de Bolsonaro.
Bolsonaro já foi indiciado pela PF em outros dois inquéritos: o que apura a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19 e o que apura a venda ilegal de joias recebidas de presente por ele durante o governo.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o então presidente da República Jair Bolsonaro redigiu, ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, uma espécie de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições.
O ex-presidente é acusado de ter se reunido com o comandante do Exército Brasileiro à época, general Estevam Cals Theofilo, no dia 9 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado.
Além disso, A PF concluiu que Bolsonaro é o responsável por redigir e ajustar “a minuta do ilegal decreto golpista”, mediante a análise de mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes, então comandante do Exército.
Também de acordo com a investigação, Mauro Cid indicou, nos textos a Freire Gomes, que Bolsonaro “enxugou o decreto” e o tornou “mais resumido”.