A Polícia Federal investiga indícios de que o governo federal financiou pessoas e páginas na internet dedicados à propagação de atos antidemocráticos, que fizeram ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o jornal O Globo, é a primeira vez que a investigação liga o uso de recursos públicos do Planalto diretamente nos atos. Um relatório parcial da PF, produzido no inquérito que tramita no STF sobre a realização de atos antidemocráticos, aponta a relação desses atos com o Palácio do Planalto e apura se a publicidade oficial foi utilizada para direcionamento de recursos públicos.
O relatório é assinado pela delegada Denisse Dias Ribeiro. Os indícios chegaram à PF por meio da CPMI das Fake News do Congresso Nacional, que enviou à investigação informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) veiculou publicidade em sites que propagam ações antidemocráticas.
“A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado”, escreveu a delegada no despacho ao que o jornal teve acesso.
No mesmo relatório a PF investiga os vínculos entre participantes dos atos e órgãos do governo. É o caso de Sara Giromini, que ocupou cargo no ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e chegou a ser presa por coordenar o movimento “300 pelo Brasil”.
Outro vínculo investigado é o de Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio, mulher do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que ocupa um cargo na Secretaria Nacional de Políticas de Promoção de Igualdade Racial. Eustáquio ficou preso por dez dias por envolvimento nos atos antidemocráticos.
Segundo a delegada, “a natureza e a origem desses vínculos merece aprofundamento”.
