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PF investiga uso IA por políticos que mantêm ligações com agências de publicidade em Manaus

PF deflagra operação contra crimes de estupro de vulnerável e pornografia  infantojuvenil — Polícia Federal

As investigações da operação Nirmata da Polícia Federal em Manaus, desencadeada na última sexta-feira (9) pode ter revelado a ponta do iceberg de um esquema articulado voltado para as próximas eleições municipais. A prisão de um designer e de sócios de agências de publicidade ligados a políticos podem mostrar o caminho não muito republicano na disputa eleitoral.

Outras agências que tem um ‘laranja’ ou ‘testa de ferro’ de políticos ou de ex-parlamentar, atuando no mercado manipulando esquemas por meio de influência em órgãos públicos, estão na mira da PF. Um dos presos trabalhava na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).

O designer preso atuava nas agências, que a PF não revelou o nome, mas elas foram citados pelo site AM Post com sendo a Sacada, Praia Produções e a OPP dos proprietários Sebastião de Freitas Noronha, Fabrício Pereira Menezes e Eilem Mara dos Santos Noronha, respectivamente, de acordo com dados da Receita Federal.

A PF investiga se a Inteligência Artificial foi usada como um teste, do tipo se ‘colar, colou’ ou se faz parte de uma organização para atuar na eleição de outubro próximo.

Os agentes apreenderam computadores onde foram identificados que eram produzidos áudios e vídeos pelo mesmo designer, que atuava nas agências. Os equipamentos foram enviados para perícia técnica para análise mais aprofundada do conteúdo.

“Através dele a gente chegou nessas pessoas. Tudo feito na internet deixa rastro”, disse o delegado federal, Raphael Bruns, durante coletiva na sede da Superintendência da PF ontem, em Manaus.

No áudio, a voz do prefeito, alterada por Inteligência Artificial, trata os professores da rede municipal de ensino de “vagabundos” e diz que os servidores “querem um dinheirinho de mão beijada”.

A técnica de adulteração de sons e de vídeos é conhecida como “deepfake’, no qual o tom, o timbre e até o jeito de alguém falar é recriado artificialmente. Assim, ao receber uma gravação pelo WhatsApp, o eleitor reconhece a voz do candidato e acredita que o político disse algo que, na verdade, não disse.

Os envolvidos usaram uma plataforma da Inglaterra para manipular a fala do prefeito. A startup inglesa, que também atua nos EUA, aceita registro e oferece serviços digitais pagos. Foi por meio dos dados captados nessa contratação dos serviços que a PF chegou até um dos presos.

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