Irmãos do ex-senador Clésio Andrade teriam tomado vacina clandestina em Belo Horizonte, diz Polícia Federal

Irmãos do ex-senador Clésio Andrade participaram da vacinação clandestina realizada em uma garagem de uma empresa de transportes em Belo Horizonte no dia 23 de março. Segundo a Polícia Federal, os nomes deles estão entre os 57 listados em um documento apreendido durante Operação Camarote.
Clésio Andrade nesta quarta-feira (31) que esteve presente no local, pertencente à família Lessa, acompanhando familiares. Mas ele negou que tomou a dose disponibilizada na garagem. Os irmãos Robson e Rômulo Lessa admitiram em depoimento na sede da Polícia Federal que organizaram a imunização. https://portalvoce.com/videos-mostram-vacinacao-clandestina-em-garagem-de-mg-assista/
“Tive lá com alguns familiares mas parece que foi soro, fraude. É isto?”, perguntou o ex-senador ao mencionar a investigação da Polícia Federal que apura se as vacinas são falsas, foram desviadas do Ministério da Saúde ou compradas ilegalmente.
Clésio Andrade será ouvido pela Polícia Federal na semana que vem.
A Polícia Federal investiga 57 nomes que fazem parte de uma lista apreendida durante buscas em imóveis da família Lessa nesta semana. A corporação considera Clésio Andrade um possível vacinado.
O nome dele surgiu em reportagem publicada pela Revista Piauí no dia 24 de março. Nela, ele admite ter sido vacinado. Aos 68 anos, ele disse nesta quarta-feira (31) que vai se vacinar no Sistema Único de Saúde. https://portalvoce.com/pf-cumpre-mandados-contra-empresarios-vacinados-em-garagem-de-onibus/
Investigação – Uma das três linhas de investigação da Polícia Federal, sobre o esquema de vacinação clandestina envolvendo políticos e empresários do setor de transporte de Belo Horizonte, vem ganhando força à medida que a Operação Camarote avança. Os imunizantes aplicados não seriam contra a Covid-19, mas sim falsificados.
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Este material foi apreendido na casa da cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. A mulher é suspeita de se passar por enfermeira e comercializar ilegalmente vacinas contra a Covid-19.
De acordo com a polícia, Cláudia Mônica é a profissional responsável pela vacinação de empresários na garagem de ônibus da empresa da família Lessa , em Belo Horizonte. Ela foi presa nesta terça-feira (30). Procurada, a defesa de Cláudia Mônica não se manifestou sobre o assunto.
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Irmão Lessa admitem vacinação – Os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur, admitiram em depoimento à Polícia Federal, realizado nesta segunda-feira (29), que compraram vacinas contra a Covid-19. O valor cobrado por duas aplicações foi de R$ 600.
De acordo com a PF, a mulher, que fingia ser enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado a vacina falsificada, importada ilegalmente ou desviado do Ministério da Saúde para outras pessoas em Belo Horizonte, além dos investigados na operação Camarote.
A PF investiga a origem das vacinas vendidas pela dupla, para identificar se são realmente falsificadas ou importadas de maneira ilegal. Um mandado também foi cumprido em uma clínica.
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Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na garagem onde supostamente ocorreu a vacinação e em residências dos empresários. Aparelhos celulares, computadores e documentos, incluindo uma lista com 57 nomes de pessoas que teriam se vacinado clandestinamente, foram apreendidos.
A defesa de Robson e Rômulo Lessa informou que os irmãos não vão se manifestar. Disse apenas que eles foram ouvidos como testemunhas no inquérito e não como investigados
A operação foi deflagrada após reportagem da revista Piauí, publicada no dia 24 de março, quando foi revelada por meio de vídeos a vacinação clandestina de empresários e políticos dentro de uma das garagens de empresas comandadas pelos irmãos Lessa.