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PF mapeia rios em busca de balsas do garimpo ligadas a prefeito no Amazonas

Equipes da Polícia Federal (PF) do Amazonas efetuam nesta quarta-feira sobrevoos de helicóptero nos rios Jutaí e Bóia, no sudoeste do estado, em busca de balsas de garimpo ligadas a garimpeiros ilegais e ao prefeito de Jutaí, Pedro Macário Barboza, do PDT.

O município fica a 750 quilômetros de Manaus e a 420 quilômetros do rio Itaquaí, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram mortos em junho. No fim do ano passado, Pereira havia mapeado balsas ilegais de garimpo no trecho do rio Jutaí que corta a terra indígena Vale do Javari.

Mais cedo, a PF deflagrou a operação Uiara III, que cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Jutaí e Manaus contra oito investigados, entre eles o prefeito e a irmã dele. A suspeita é a de que o prefeito e secretários do município tenham recebido propinas de garimpeiros envolvidos na mineração ilegal na Amazônia.

A PF investiga se o próprio prefeito é dono de balsas e dragas garimpeiras na região. Em novembro de 2021, Barboza foi preso com 257 gramas de ouro, avaliados em R$ 80 mil, no aeroporto de Tefé ao tentar embarcar num voo para Manaus.

Em nota, a PF informou nesta quarta-feira que a investigação visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática de garimpo ilegal e crimes como corrupção ativa e passiva, além de crimes ambientais. Somadas, as penas podem ultrapassar 20 anos de prisão.

Caso encontrem balsas ligadas ao garimpo ilegal, os policiais procederão com a destruição dos bens, segundo o delegado Domingos Sávio Pinzon, da delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado da PF (DRCOR). Até o momento, nenhuma balsa foi destruída.

“Os sobrevoos estão acontecendo. Caso seja identificada ligação das balsas com o garimpo ilegal, a ordem é destruí-las no local — disse o delegado”.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal autorizou o afastamento do prefeito e de secretários dos cargos por 90 dias e a cassação de autorizações de garimpos de minério ilegal na região.

Operações anteriores

Em nota, a Polícia Federal disse que a operação Uiara I teve como objetivo a desintrusão [retirada] de garimpeiros ilegais na região de Autazes e Nova Olinda do Norte. Na ocasião, foram destruídas 131 balsas, sendo três pessoas presas com 150 gramas de ouro extraído ilegalmente da calha do Rio Madeira.

A Operação Uiara II também teve por objetivo a desintrusão de garimpeiros ilegais na região de Borba. Nessa fase do trabalho da PF, foram destruídas 34 balsas.

O órgão também disse que toda a atividade de lavra de minério na região é ilegal e que as ações objetivando a desintrusão de garimpeiros continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas no decorrer do ano a outras regiões do Amazonas.

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