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PF prende funcionários de agências e Aleam pelo uso de IA contra prefeito David Almeida

A Polícia Federal desencadeou operação denominada ‘Nirmata’ para cumprir nove mandados de busca e apreensão em três agências de publicidade e um servidor da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), nesta sexta-feira (9), em Manaus, na investigação sobre o uso de Inteligência artificial na produção de fake news contra o prefeito da capital amazonense, David Almeida (Avente), no final do ano passado.

Seis pessoas foram presas e estão prestando depoimentos na superintendência da PF, no bairro Dom Pedro. Três trabalham em agências de publicidade, um deles designer, um servidor da Aleam, e outros que compartilharam o áudio atribuído ao prefeito.

Eles são investigados por terem produzido áudios de David Almeida com ofensas contra professores da rede municipal que reivindicavam pagamento do Fundeb, em dezembro último. A fake news foi compartilha nas redes sociais e gerou indignação dos profissionais de educação.

No áudio, a voz do prefeito, alterada por Inteligência Artificial, trata os professores da rede municipal de ensino de “vagabundos” e diz que os servidores “querem um dinheirinho de mão beijada”.

A técnica de adulteração de sons e de vídeos é conhecida como “deepfake’, no qual o tom, o timbre e até o jeito de alguém falar é recriado artificialmente. Assim, ao receber uma gravação pelo WhatsApp, o eleitor reconhece a voz do candidato e acredita que o político disse algo que, na verdade, não disse.

Os envolvidos usaram uma plataforma da Inglaterra para manipular a fala do prefeito. A startup inglesa, que também atua nos EUA, aceita registro e oferece serviços digitais pagos. Foi por meio dos dados captados nessa contratação dos serviços que a PF chegou até um dos presos.

“Importante frisar que tudo que é criado na internet deixa rastros. Através de perícia conseguimos identificar e achar o designer que trabalha com isso na agência {não revelou o nome}. Através dele a gente chegou nessas pessoas. Tudo feito na internet deixa rastro”, disse o delegado federal, Raphael Bruns, hoje de manhã.

A polícia agora trabalha se o grupo fazia apenas um teste ou se utilizaria isso na próxima campanha eleitoral municpal de outubro deste ano.

O Ministério Público Eleitoral e a Ordem dos Advogados do Brasil acompanham as investigações da PF em Manaus.

Nota do prefeito

Em nota, o prefeito de Manaus, David Almeida, parabenizou a operação Nirmata da Polícia Federal:

Esse é um caso que deve ser punido exemplarmente, que sirva de exemplo para o País, para que o próprio processo eleitoral deste ano não seja contaminado, não seja fraudado por aqueles que querem manipular a realidade a partir dos porões da internet, a própria justiça eleitoral nacional já está atenta a essa prática.

Não existe anonimato na internet, os responsáveis são sempre localizados. Precisamos dar um basta naqueles que querem se promover difamando os outros de forma criminosa, com mentiras, distorcendo a realidade. Eu respondo, todos os dias, com trabalho”.

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