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PF vai investigar grupo que planejou pelo WhatsApp incêndio na floresta

O fogo foi colocado na margem da estrada mas o vento levou para o interior da floresta

O ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, disse neste domingo que a Polícia Federal vai investigar o envolvimento entre agricultores, sindicalistas e grileiros para incendiar a mata às margens da BR-163, que liga o Rio Grande do Sul ao Pará, como foi relatado em reportagem do Globo Rural. O fogo foi colocado estrategicamente circundando a floresta, bem no horário em que o vento carrega as chamas para o interior dela e tudo fica em chamas.

O ministro passou a informação pelo Twitter. Ele disse que foi acionado pelo presidente Jair Bolsonaro, para tomar providências imediatas contra o atentado contra a floresta: “Sim, fui contatado hoje mesmo pelo PR @jairbolsonaro sobre o fato e solicitando apuração rigorosa. A Polícia Federal vai, com sua expertise, apurar o fato. Incêndios criminosos na Amazônia serão severamente punidos.”

Também pelo twitter o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se manifestou: “O Pres. @jairbolsonaro determinou abertura de investigação rigorosa para apurar e punir os responsáveis pelos os fatos narrados”.

Já se sabe que mais de 70 pessoas – de Altamira e Novo Progresso —  entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros, combinaram através de um grupo de whatsApp incendiar as margens da Br-1633, rodovia que liga essa região do Pará aos portos fluviais do Rio Tapajós e ao Estado de Mato Grosso. 

A pedido do Ministério Público de Novo Progresso, o Delegado Daniel Mattos Pereira, da Polícia Civil, já ouviu algumas pessoas, até agora ninguém foi preso. As delegacias dos municípios de Castelo dos Sonhos e Novo Progresso receberam inúmeras denúncias de produtores rurais que se dizem prejudicados pelas queimadas do “Dia do Fogo”, em 10 de agosto quando houve o maior pico de queimadas no Pará.

Matéria do Globo Rural

Uma equipe do programa Globo Rural da Tv Globo fazia matéria sobre queimadas na BR-163, onde muitos perderam cercas, pastagens, lavouras e animais, tudo devorado pelo fogo, quando foi procurada por moradores, que achavam que eram fiscais do meio ambiente e acabou vindo a público, uma nova versão sobre as queimadas que circula por toda a região e que o presidente Jair Bolsonaro chegou a cogitar no meio da semana, a de que tinha gente tocando fogo na floresta.

A pecuarista Nair Brizola, de Cachoeira da Serra, conversou com a equipe de produção do Globo Rural, que documentava uma queimada na Estrada da Bucha. Ela estava passando de carro e chamou os jornalistas achando que eram fiscais do Ibama. A partir dai seguiu-se o seguinte diálogo, sem que ela soubesse que estava sendo gravada: .

–“Vocês são do meio ambiente?”, gritou ela de dentro de sua caminhonete.
-“Não. Somos jornalistas.”
– “Que ótimo. Que ótimo,“ diz em seguida.
– “Quem está colocando fogo por aqui?”, pergunto a ela
–  “É o ICMBio [a sigla se refere ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]. Tinha uma moto preta colocando fogo em tudo aqui. E eles foram na minha propriedade com essa moto amarrada em cima da caminhonete deles. Tava escrito lá na porta”

– “Esse povo, se eles veem você, eles já vêm armado, já manda você parar, já toma seu celular. Você não pode fazer nada. As caminhonetes que eles andam fazendo esse terror todo, está escrito ICMbio. O presidente Bolsonaro tá certo quando diz que essas Ongs estão botando fogo,” completa ela.
– “Mas, ele andou falando também que pode ser os fazendeiros”, interrogo.
-“Não vou dizer que um ou outro não está fazendo isso, mas esse fogo que colocaram ai na beira da estrada, não é dos fazendeiros.”


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