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Piscicultura: pesquisa desenvolve rações orgânicas amazônicas de baixo custo

Avaliar a aplicabilidade de tecnologias e resíduos agroindustriais de diferentes cadeias de valor para a produção de rações orgânicas, destinadas à piscicultura familiar no interior do estado, é o objetivo de pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O estudo, fomentado via Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter), apontou que com o uso de tecnologias de baixo custo para processamento de ingredientes e rações ocorreu um aumento na inclusão de pequenos produtores do interior na aquicultura.

O coordenador do estudo e doutor em Aquicultura, Paulo Adelino de Medeiros, professor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) – Campus Maués (distante a 276 quilômetros da capital), revela que os principais resíduos agroindustriais com potencial de aplicação, volume de produção e perfil nutricional são: os resíduos de pescado, folha de mandioca/macaxeira, bagaço da extração hidroalcóolica do guaraná e torta residual da extração da gordura das sementes de castanha-do-Brasil, murumuru e ucuuba.

“O principal impacto deste estudo foi provar que é tecnicamente viável o desenvolvimento de rações amazônicas 80 e 100% orgânicas, com isso, reduzir custos e agregar valor ao produto das pisciculturas de pequeno porte, que representam mais de 90% do setor aquícola do Estado”, disse o pesquisador Paulo Medeiros.

As tecnologias de baixo custo desenvolvidas no projeto foram: o processamento de ingredientes em moinho catitu e forrageira; a secagem ao sol e em forno de aço; a fabricação de ração extrusada (forma pré-determinada para um material) em máquina extrusora de pequena escala (50 kg/h).

Com isso, pode-se aumentar a inclusão de pequenos produtores do interior do estado na atividade da aquicultura.

A pesquisa avaliou ainda alguns aspectos dos peixes, como o hemograma, a presença de células de defesa e até mesmo possíveis lesões hepáticas. Aqueles que consumiram rações orgânicas, principalmente, à base de castanha-do-Brasil, cresceram mais e com maior resistência imunológica, quando comparados aos alimentados com as rações comerciais.

Apoio da Fapeam

O estudo intitulado “Insumos, processos e dietas aplicadas à piscicultura familiar no Amazonas: integração entre cadeias de valor para fortalecimento da bioeconomia” recebeu fomento da Fapeam via Edital n° 003/2020 – Painter.

O Painter visa fomentar a interiorização de atividades de pesquisa aplicada e inovação tecnológica por meio de indução em áreas estratégicas, especialmente a bioeconomia, para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Amazonas, com a finalidade de aplicação de seus resultados na resolutividade/minoração de problemas específicos dos municípios do interior do Estado.

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