
Dois meses depois da varíola do macaco (monkeypox) ter chegado no Brasil, praticamente todos os exames que confirmaram os mais de 2.300 casos foram feitos em apenas quatro laboratórios do SUS. Até hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não incluiu esse teste no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que o mantém fora da cobertura dos planos de saúde.
A agência afirma que “o oferecimento do referido teste diagnóstico na rede privada de saúde ainda é incipiente” e que muitos dos kits ainda precisam ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Alguns laboratórios privados já oferecem o exame para detecção do vírus monkeypox, mediante solicitação médica, mas o procedimento chega a custar entre R$ 500 e R$ 650 (a depender do prazo de entrega do resultado).
Um grande número de beneficiários de planos de saúde poderia realizar o exame na rede privada, mas não há interesse do setor em assumir mais essa despesa.
Até a semana passada, apenas oito laboratórios públicos processavam todos os exames de monkeypox do país: Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, Instituto Evandro Chagas/PA, Fiocruz/AM, Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do DF e Laboratório Central do RS.
Exames
O teste para detecção do vírus monkeypox é feito a partir da coleta, com um swab (cotonete estéril), de material das lesões de pele ou de mucosa.
Em um Plano de Contingência, o Ministério da Saúde prevê o teste em indivíduos sem essas erupções, desde que sejam “contato de caso confirmado que inicie com quadro de febre e linfonodomegalia [inchaço de linfonodos]”.
Nesses casos, a coleta se dará também por swab da orofaringe e da região anal.
Essas amostras são enviadas ao laboratório e processadas em um exame de RT-PCR, a mesma tecnologia dos testes de Covid-19 e que buscam material genético do vírus.
Cuidados
Para as pessoas que tenham diagnóstico confirmado ou suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA incluem:
• Isolar-se em casa desde o início dos sintomas, especialmente após o surgimento de lesões na pele.
• Evitar contato próximo ou físico com pessoas e animais.
• Cobrir as lesões e utilizar máscara bem ajustada ao rosto sempre que precisar se deslocar a um serviço médico.
• Não compartilhar itens como talheres, roupas de cama e toalhas.
• Evitar contato íntimo, incluindo sexual, com outras pessoas.
• Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após tocar nas erupções cutâneas.
O período de isolamento só pode ser suspenso quando todas as lesões tiverem secado e uma nova camada de pele nascido nas áreas afetadas. Em casos que transcorrem normalmente, esse período pode variar entre 15 e 28 dias.


