Operação ocorre em 7 estados contra líderes financeiro de facção criminosa, até o momento 28 pessoas foram presas

Operação Cravada cumpre 55 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão, em sete estados
Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 6, a Operação Cravada, para desarticular o núcleo financeiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável por recolher e gerenciar o dinheiro usado em ações criminosas nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais.
Investigação identificou que grupo controlava arrecadação de dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba
Segundo a PF, 28 pessoas foram presas – 26 por mandados e duas em flagrante.
Cerca de 180 policiais federais cumprem 55 mandados de busca e apreensão, 30 mandados de prisão, expedidos pela Vara Criminal de Piraquara (PR). Dos 30 mandados de prisão, 8 serão cumpridos em presídios, sendo três em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e quatro no Paraná.
A investigação começou em fevereiro a partir de informações sobre a existência de um núcleo financeiro instalado na Penitenciária Estadual de Piraquara. Verificou-se que o núcleo é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a facção criminosa em âmbito nacional.
A polícia informou que cerca de 418 contas bancárias controladas pelo grupo foram bloqueadas.
A investigação apontou que os pagamentos eram repassados ao grupo por contas bancárias de maneira intercalada para dificultar o rastreamento. Segundo a PF, cerca de R$ 1 milhão por mês circulavam nas contas mantidas pelo núcleo.
“São contas de passagem, utilizadas para administrar valores, e não para manter grandes quantias em depósito”, afirmou o delegado da PF e coordenador da operação, Martin Bottaro Purper.
De acordo com a PF, o dinheiro arrecadado era utilizado para a compra de armas e drogas e bancar transporte e estadia de familiares dos presos próximo aos presídios onde os membros do grupo estão detidos.
“Eles arrecadam valores dos seus comparsas através de ‘rifas’, por exemplo, cobrados de dois em dois meses ou por mensalidades. Esse valor sai das bases e chega até os líderes, que são quem arrecadam o dinheiro”, disse Purper.
Segundo a polícia, a comunicação do núcleo era feita por meio de bilhetes levados por parentes dos presos.

Onde acontece a operação
Paraná
- Piraquara
- Curitiba
- São José dos Pinhais
- Paranaguá
- Centenário do Sul
- Arapongas
- Londrina
- Umuarama
- Pérola
- Tapejara
- Cascavel
- Guarapuava
São Paulo
- São Paulo
- Praia Grande
- Itapeva
- Osasco
- Itaquequecetuba
- Hortolândia
Minas Gerais
- Uberlândia
Mato Grosso do Sul
- Dourados
Acre
- Rio Branco
Roraima
- Boa Vista
Pernambuco
- Caruaru
A ação foi batizada de Operação Cravada e foi deflagrada em conjunto com o Departamento Penintenciário Federal, Ministério Público do Paraná, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e Polícia Militar de São Paulo.