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Polícia intercepta plano e evita massacre em escola de Manaus

Adolescente de 14 anos, vítima de bullying, arquitetava com jovens de outros estados um atentado contra colegas de uma escola no bairro da Glória, na Zona Oeste da capital do Amazonas

O massacre iria acontecer em Manaus e em outras duas cidades do país
O massacre iria acontecer em Manaus e em outras duas cidades do país

A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil do Amazonas (Depca) evitou um massacre que estava sendo planejado para ser executado em uma escola pública, no bairro da Glória, na Zona Oeste de Manaus, por um estudante de 14 anos que foi apreendido, na última terça-feira (17).

O adolescente planejava um atentado com características aos de Suzano, em São Paulo, e de Columbine, no Colorado (EUA), onde vários estudantes foram mortos por colegas vítimas de bullying sofrido na escola.

A polícia amazonense interceptou ligações telefônicas do estudante com colegas de outros estados articulando a operação do atentado e ele foi detido em casa, no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte da capital amazonense.

De acordo com a delegada da Depca, Joyce Coelho, equipes de monitoramento do Laboratório de Operações Cibernéticas (Cyber-Lab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), intecerptaram conversas sobre violência e atos de terrorismo, entre o adolescente amazonense e outros dois estudantes, que moram no Rio Grande do Norte e Goiás.

“Esse trio estava arquitetando um atentado que ocorreria de forma simultânea em suas respectivas cidades. Eles inclusive chegaram a estudar massacres anteriores, como o de Columbine*, ocorrido nos Estados Unidos; o de Suzano*, em São Paulo; e o de Realengo, no Rio de Janeiro”, explicou a delegada.

Ainda de acordo com a policia, durante monitoramento, foi possível identificar quando o atentando seria realizado. Ao ser apreendido e levado para à Depca, na companhia do pai, o menino confessou que pretendia matar os colegas e que era ele, o mentor do plano.

“Ele disse também, e que conheceu os outros dois adolescentes por meio de uma rede social. Ele contou, ainda, que para colocar o plano em prática, estava produzindo coquetéis molotov e bombas caseiras”, explicou Joyce.

Atendimento – A delegada da Delegacia em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), Elizabeth de Paula, que acompanhou as investigações, disse que durante as oitivas na unidade policial, o adolescente foi atendido por uma equipe de psicológicos e assistentes sociais. Ele aguardará audiência de custódia no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM).

“Durante depoimento, ele alegou que a motivação para ação seria o bullying que havia sofrido naquela escola. Por isso, ressalto que pais e responsáveis estejam atentos para o que os adolescentes estão passando ou que fazem na internet, pois o ambiente virtual não é uma terra sem lei, e os serviços de inteligência estão sempre alertas para tudo o que ocorre nesse meio”, disse Paula.

Coletiva – Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18), na Delegacia Geral da Polícia Civil, o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Alessandro Albino disse que as ações da PC-AM não param. “Estamos sempre trabalhando em prol da segurança da nossa população”, enfatizou ele.

Saiba mais*

O massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999, na escola do ensino médio americana (High School) do mesmo nome, em Jefferson County, no Colorado, Estados Unidos.

Os alunos seniores, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 12 alunos e um professor. Além do tiroteio com armas pesadas, o ataque ao complexo escolar foi altamente planejado e envolveu o uso de bombas para afastar os bombeiros, tanques de propano convertidos em bombas colocados na lanchonete, 99 dispositivos explosivos, e carros-bomba.

Eles também feriram outras 21 pessoas, e mais outras três ficaram feridas enquanto tentavam fugir da escola. Depois de trocarem tiros com policiais respondentes, a dupla cometeu suicídio.

Já em Suzano, município de São Paulo, o massacre ocorreu em 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil. Os ex-lunos, Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro,mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola.

Antes do ataque, num comércio próximo à escola, eles também mataram o tio de um dos assassinos. Após o massacre, um dos atiradores matou o comparsa e em seguida cometeu suicídio. Foi a nona vez que esse tipo de crime ocorreu em escolas brasileiras.

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