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Um relatório do Ministério Público do Amazonas (MPAM) sobre a precariedade dos prédios da Polícia Militar em Manaus foi reforçada nesta segunda-feira (27) por denúncias de policiais militares, sobre a existência de uma ‘caixinha’ na corporação com uma ‘vaquinha’ do soldo destinada a manutenção dos quartéis das Companhias Interativas Comunitárias, as Cicoms, que apresentam problemas estruturais, rachaduras, quedas de reboco e infiltrações.
O Ministério Público estadual abriu um inquérito para apurar a situação, que foi exposta pelos PMs em reportagem a Rede Amazônica de Televisão, afiliada da Rede Globo no Amazonas.
Eles afirmam que em alguns casos, os militares não tem como trabalhar. “O máximo que fazem é uma pinturazinha por fora e algumas coisas aqui dentro. Porém, tudo o que tem hoje, nós, policiais militares aqui dessa Cicom, fazemos cota. Tiramos do nosso salário para renovar o ar-condicionado que vazava gás […], para comprar água mineral, porque a água daqui também está contaminada e outras coisas”, disse um PM na reportagem.
Além do Ministério Público, a situação foi levada a Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). A Comissão de Segurança Pública da Casa, presidida pelo deputado Dan Câmara (PSC), encaminhou a denúncia dos PMs e do MPE par o governo estadual e a prefeitos dos municípios amazonenses.
“Nos produzimos alguns documentos e encaminhamos para o governo estadual, municipal e federal. Nos precisamos de esforços para melhorar os efetivos, a logística e as estruturas para que os servidores públicos da segurança possam desenvolver bem as suas as atividades para atender a sociedade”, disse o deputado.
A Associação dos Praças e Bombeiros do Amazonas também se manifestou. O presidente da entidade, Igo da Silva Gomes, afirmou que é preciso o governo do estado ter mais sensibilidade na hora de investir os recursos na segurança pública.
“Já faz dez anos que as Cicoms foram reformadas. No máximo uma pintura, que não vai resolver muita coisa. Mas hoje posso afirmar que a maioria só existem hoje por causa do policial militar que está praticamente pagando para trabalhar”.
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Policiais denunciam
No prédio da 11ª Cicom, no bairro Coroado, na zona Leste de Manaus, parte de um muro lateral caiu. O esgoto corre a céu aberto no estacionamento e das janelas é possível ver a fiação exposta em locais onde, aparentemente, haviam aparelhos de ar-condicionado, aponta o relatório do MP, que informa o risco de desabamento da construção.
Na 26ª Cicom, no bairro de Santa Etelvina, na zona Norte da cidade, a caixa d’água apresenta marcas de perfuração, ferrugem. O prédio também tem várias rachaduras no muro, além de telhas soltas.
Na 27ª, no Novo Aleixo, há marcas de infiltração abaixo do telhado e até buracos nas paredes. Um policial reclama da falta de limpeza e contaminação:
“São rachaduras de prédios antigos, que podem comprometer a segurança da instalação, pode haver desmoronamento. Com o novo comando da PM, com a nova direção da Secretaria de Segurança Pública, acreditamos que esses temas poderão ser tratados. Além disso, há pequenas deficiências que dificultam o trabalho dos policiais militares”.
A reportagem procurou o governo do estado para falar sobre as denúncias, mas segundo a segundo a matéria, por duas semanas não houve um posicionamento da Secretaria de Comunicação (Secom), que após esse tempo se manifestou por nota informando que está à disposição do Ministério Público para esclarecimentos.


