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Poliomielite: após caso no Peru, Amazonas reforça prevenção e controle na tríplice fronteira

Após um caso de poliomielite registrado em uma cidade peruana, a 500 km do Amazonas, o governo do estado acendeu o sinal de alerta e reforçou a vigilância sanitária nos municípios na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.

A prevenção de poliomielite no Alto Solimões ocorre nos municípios de Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant.

Equipes técnicas estão no interior capacitando municípios, num trabalho integrado entre equipes da Secretaria de Saúde do Amazonas, secretarias municipais, Secretaria Especial de Atenção Indígena (Sesai), Forças Armadas, representantes de Organizações da Sociedade Civil (OSC) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O secretário de Saúde do Amazonas (SES-AM), Anoar Samad, informa que o objetivo é impedir a entrada do vírus pela fronteira e impedir casos de poliomielite no Alto Solimões, próximo ao Peru, onde foi registrado o caso da doença.

“Desde que tivemos a notificação de um caso de poliomielite no Peru, nós imediatamente chamamos os secretários municipais da região de fronteira com este país e orientamos a intensificação da vacina contra a paralisia infantil. É importante que nós aumentemos a porcentagem de proteção contra essa doença”, destaca Samad.

Estão sendo intensificadas a cobertura vacinal contra poliomielite e o fortalecimento do monitoramento da Paralisia Flácida Aguda (PFA), que está ligada à poliomielite.

Outros aspectos clínicos também estão sendo abordados para orientar tecnicamente os profissionais de saúde desses municípios.

“O monitoramento é de extrema importância para prevenir o retorno da doença no Amazonas. Através do monitoramento constante, é possível identificar pontos para fortalecimento e direcionar esforços técnicos”, enfatiza a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.

“Frente ao alerta do Ministério da Saúde, sobre o assunto, e considerando a fragilidade na Tríplice Fronteira, as forças de saúde vem com intuito de fortalecer a prevenção com êxito”, afirma o chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP, Alexsandro Melo.

Durante as capacitações e orientações técnicas no Alto Solimões, a cobertura vacinal contra poliomielite é um dos assuntos enfatizados. Pelo Ministério da Saúde, a meta desse índice é de 95%, mas os municípios visitados apresentam situação vacinal abaixo dessa meta: Atalaia do Norte (53,57%), Benjamin Constant (37,8%) e Tabatinga (60,5%).

O presidente do Cosems-AM, Manuel Barbosa de Lima, destaca que a ação de intensificação de controle à poliomielite é importante para estimular a cobertura vacinal dos três municípios visitados (Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga).

“É importantíssimo esse esforço em conjunto para assegurar uma cobertura vacinal ampla e efetiva contra a poliomielite no Alto Solimões”, afirma Manuel, que também é secretário municipal de saúde de Boca do Acre.

Doses distribuídas

A FVS-RCP, por meio da coordenação do Programa Nacional de Imunização (PNI) no estado, distribuiu, em 2022, 50.160 doses de vacina contra poliomielite para esses três municípios do Alto Solimões, sendo 7.825 para Atalaia do Norte, 18.690 para Benjamin Constant, e 23.645 para Tabatinga. Os dados constam no sistema de registro de vacinação oficial do Ministério da Saúde.

Poliomielite

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poli vírus, que pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas, e provocar ou não paralisia.

Ela é transmitida por água e alimentos contaminados ou contato com uma pessoa infectada. Muitas pessoas infectadas com o poliovírus não ficam doentes nem apresentam sintomas. No entanto, aquelas que ficam doentes desenvolvem paralisia, o que pode ser fatal. O tratamento inclui repouso, analgésicos e ventiladores portáteis.

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