Ponte liga a capital amazonense às cidades de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão.

Após a inauguração da Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro, em 2011, a migração pendular começou a crescer em Manaus. Esse tipo de mobilidade ocorre em um ritmo diário, entre um local e outro. Geralmente é entre uma cidade menor que está próxima a uma cidade maior.
De acordo com Marcos Castro, especialista em Geografia Urbana, o fenômeno ocorre muito em regiões metropolitanas, onde populações de cidades menores migram todos os dias para trabalhar na “cidade grande” e depois voltam à noite para seu local de residência.
“Após a construção da Ponte Rio Negro, os setores de comércio, serviços e imobiliário começaram a expandir para além da ponte, e isso gera esse movimento pendular. As pessoas vão ou na busca de serviços ou adquirem um imóvel do outro lado e vêm trabalhar todos os dias e voltam”.
O especialista observa este movimento, principalmente, nos municípios de Careiro da Várzea, Presidente Figueiredo, Manacapuru e Iranduba.
“Nos municípios de Iranduba e Manacapuru, por exemplo, estudantes vêm e vão todos os dias. Então, esse movimento está relacionado tanto ao trabalho quanto à busca de serviços e também a uma parcela significativa de estudantes que vêm estudar, sobretudo na questão que envolve o ensino superior, onde ainda não existem esses cursos nas sedes, e eles vêm buscar em Manaus”, completou.
Recém-formada em Letras pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, a estudante Hamilly Amaral Pontes, de 21 anos, mora em Manacapuru. Durante os cinco anos de faculdade, ela teve que se deslocar diariamente entre as duas cidades.
Hamilly informou que a Associação Municipal dos Estudantes Universitários de Manacapuru (AMEUM) fornece ônibus para deslocar os estudantes até a capital, por um valor mensal fixo.
“É uma mistura de gratidão por termos a oportunidade de um ônibus que nos leve para a universidade ou para mais perto dela, como é o caso de muitos outros alunos de outras universidades, e de cansaço extremo, passar todos os dias pela estrada é bem difícil”.
Os trabalhadores que precisam vir à capital podem utilizar os serviços do transporte semiurbano, táxis ou veículos próprios. Como é o caso do mecânico Antônio José, de 49 anos; ele mora em Iranduba, mas trabalha em Manaus, de segunda-feira à sábado.
Antônio está há um mês sem o seu carro e precisa utilizar o transporte semiurbano para vir à capital trabalhar.
“Todos os dias, acordo às 5h da manhã para pegar o ônibus para Manaus. Geralmente, às 17h já estou retornando pra Iranduba. Alguns dias, quando estou muito cansado das pernas, acabo voltando de táxi, pagando uns R$ 10 mais ou menos”.


