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Preço da gasolina tem corte de 15%, 40% no ano, mas nas bombas não cai

  Preço médio do produto nos postos brasileiros teve redução de apenas 1,5% desde o início do ano -de R$ 4,555 na última semana de dezembro para R$ 4,486 por litro na semana passada. Em Manaus a média é de R$ 4,69

A Petrobras anunciou nesta terça (24) novo corte no preço da gasolina, em resposta à redução das cotações internacionais do petróleo em meio à pandemia do novo coronavírus. Desta vez, a queda será de 15%. O preço do diesel não será alterado. É o oitavo corte no preço da gasolina em 2020 – o terceiro em um período de doze dias. No ano, o preço de venda do combustível nas refinarias da estatal acumula queda de 40%. O diesel, que teve sete cortes, já caiu 29%, mas os valores nas bombas dos postos de combustíveis continuam inalterados.

Ontem, segunda-feira (23), a Federação do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) informou que os postos já vêm sentido queda no consumo após o início das medidas de isolamento social em alguns estados brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, as vendas na quinta (19), foram 39% menores do que a média histórica para a cidade. Mas apesar da curva descendente e da queda do preço do produto a categoria não cogita seguir as práticas de mercado da oferta e da procura.

Em Manaus, o preço médio nas bombas é de R$ 4,69. Caso fosse aplicado o corte de 40% no valor da gasolina, o preço real seria de R$ 2,81, já que o produto nas refinarias é comprado por R$ 1,14 o litro. Esse valor do litro do combustível é o menor valor desde outubro de 2011, de acordo com levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Desde a semana passada, diante das perspectivas de redução da demanda com as medidas de isolamento social para enfrentar a pandemia, o petróleo Brent, referência global negociada em Londres, vem sendo negociado em níveis do início dos anos 2000.O repasse às bombas depende de estratégias comerciais de postos e distribuidoras e de políticas tributárias dos estados. Segundo a Petrobras, o preço de refinaria representa 27% do valor de venda da gasolina nos postos.

O resto são margens de lucro e impostos federais e estaduais. O ICMS, cobrado pelos estados, representa 30% do preço final e é revisto uma vez a cada 15 dias, retardando o repasse ao consumidor dos reajustes nas refinarias.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina nos postos brasileiros caiu apenas 1,5% desde o início do ano -de R$ 4,555 na última semana de dezembro para R$ 4,486 por litro na semana passada.

Com carga tributária menor, o diesel vem caindo mais nas bombas. Entre o fim de 2019 e a semana passada o preço médio do combustível nos postos passou de R$ 3,751 para R$ 3,586 por litro, redução acumulada de 4,4%.

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