
Apontado por parlamentares como nome que representa a “independência” do Poder Legislativo Municipal, o vereador Caio André (PSC), de 43 anos, lançou, neste final de semana, candidatura ao cargo de presidente da Câmara de Manaus e, segundo ele, já recebeu apoio de 25 colegas de parlamento.
A eleição da nova presidência ocorre na próxima segunda-feira (5).
O nome de Caio surgiu em meio à resistência de parlamentares à reeleição do atual presidente da Casa, David Reis (Avante).
Nas últimas semanas, Reis foi criticado por colegas de parlamento, que divulgaram um manifesto contra a proposta de alteração na Loman. A “rebelião” levou o líder do prefeito na Câmara, Marcelo Serafim (Avante), a entregar o cargo. Ele alegou que não tinha “nenhuma condição de continuar na liderança” em razão da divisão na base aliada do prefeito.
Nesta segunda-feira (28), Caio disse, inicialmente, que precisou do “aval do prefeito, da base” para ser candidato ao cargo, pois, segundo ele, “ninguém é candidato de si mesmo”. Depois, após a reportagem consultar vereadores que declararam apoio a ele, Caio afirmou que apenas comunicou o prefeito a respeito de sua candidatura à Presidência da Casa.
“Eu não fui pedir aval do prefeito. Eu comuniquei o prefeito que eu era candidato. Eu sou candidato do grupo dos 22 [vereadores], que nasceu contra aquela medida de modificação da Lei Orgânica para reeleição do David”, afirmou o vereador do PSC. “Não pedi aval de ninguém. Quem me deu aval foram os vereadores. A Câmara é independente”, completou.
Caio também disse que conversou com o governador Wilson Lima (União Brasil) sobre sua vontade em disputar o cargo.
“Os poderes são independentes. O governador não se meteu nem na eleição da Assembleia… Como eu sou próximo dele, eu o comuniquei. Ele disse: “vai lá, converse com seus pares, com o prefeito. Faça o que você achar melhor”, disse o vereador.
De acordo com Caio, a proposta de ser candidato a presidente da Casa surgiu em meio ao movimento contra a proposta de Reis.
“Estávamos todos unidos em razão daquela possível modificação da Lei Orgânica do Município para reeleição, coisa que seria muito prejudicial. A gente não aceitou. E em função disso esse grupo se uniu e eu acabei sendo escolhido”, disse Caio.
O vereador do PSC disse que tentará restabelecer a harmonia na Casa. “Espero que nós consigamos reunir todos aqueles que lutam em prol de uma administração participativa, que a gente consiga realinhar tudo isso juntos, a gente consiga reconduzir essa base mais próxima ao prefeito na administração atual”, afirmou Caio.
Os nomes que irão compor a Mesa Diretora em um possível mandato de Caio ainda não foram definidos, conforme informou o vereador.
Apenas a vice na chapa dele foi escolhida: a vereadora Yomara Lins (PRTB). “Nós não montamos chapa ainda. A pretensão é que ela seja a vice. Nós estamos montando a chapa. Não há ainda nenhuma definição nesse sentido”, disse Caio.
De acordo com parlamentares, a rejeição a Reis não representa uma oposição ao prefeito, mas uma “vontade dos vereadores de ter um presidente escolhido por eles”. “A maioria dos vereadores que apoiam o Caio é da base do prefeito. Não existe oposição ao prefeito, e, sim, a Câmara exercendo o seu poder de independência”, disse Elissandro Bessa (Solidariedade).


