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Prefeito de Coari e comparsas podem ganhar liberdade amanhã


Prefeito de Coari Adail Filho durante a campanha. Foto: Divulgação Internet

O prefeito de Coari, Adail filho, o empresário Alexsuel Rodrigues, o sargento PM Fernando Lima e o presidente da Câmara Municipal, Keiton Batista, presos na operação “Patrinus” podem ganhar a liberdade nesta terça-feira (1), quando encerram-se o prazo das prisões temporárias.

Eles foram presos na ultima quinta-feira (26), pelo Ministério Público do Amazonas, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado ( Gaeco). Conforme o MP-AM, pela lei processual, a prisão temporária é de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco, caso haja pedido da Justiça.

Os presos, são acusados de envolvimento em esquema criminoso para fraudar licitações; lavar dinheiro e corromper a estrutura do poder do município de Coari. A quantia desviada até o momento gira em torno de R$ 100 milhões.

Nesta segunda-feira (30), o Ministério Público do Amazonas informou que dará início à a análise do material apreendido na operação Patrinus. Além dos presos, também será investigada a irmã de Adail Filho e deputada estadual, Mayara Pinheiro (PP). Os dois são filhos de Adail Pinheiro acusado de comandar uma rede de pedofilia.

De acordo com as investigações, Adail Filho pagava fornecedores que não recebiam da prefeitura há anos. Em troca, cobrava dos empresários 30% do valor da dívida. Ainda segundo o MP, o prefeito também arrecadava propina fraudando licitações.

Prisões: Adail Filho está detido no Quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar, localizado no km 17 da rodovia AM-010. O sargento da PM foi encaminhado ao Comando Geral da corporação. Alexsuel Rodrigues foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Manaus I (CDPM I). Já o vereador e presidente da Câmara Municipal de Coari (CMC), Keiton Batista, foi recolhido também para um quartel de polícia.

Operação Patrinus

Foram expedidos 70 mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, cumpridos em domicílios, órgãos públicos e em sedes de empresas. A polícia fez busca e apreensão na casa da irmã de Adil, a deputada estadual Mayara Pinheiro, do PP.

Durante o cumprimento dos mandados, a polícia encontrou uma quantia de dinheiro não especificada na casa do sargento Fernando Lima. De acordo com a procuradora-geral, apenas a prisão de um representante da prefeitura não foi autorizada pela Justiça. A ação contou com quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas.

Segundo o MP-AM, as investigações levaram mais de 18 meses. O órgão apura situações que aconteceram durante os anos de 2017 e 2018. Os valores envolvem fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados.

Família investigada

Adail Filho e Mayara Pinheiro são filhos de Adail Pinheiro – acusado de chefiar uma rede de pedofilia em Coari. Adail Pinheiro foi preso pela primeira vez em 2008 durante a Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões. À época, os policiais também colheram indícios de que Adail chefiava uma rede de exploração sexual que contava com servidores públicos para identificar e aliciar as vítimas.

Em 2014, o ex-prefeito ele foi denunciado por pedofilia e condenado por comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Coari. Em 2017, o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, recebeu indulto e teve extinção da pena de prisão de mais de 11 anos.

O Tribunal de Justiça do Amazonas, com base no parecer favorável do Ministério Público do Amazonas, concluiu que o ex-político se enquadrava nos requisitos do perdão presidencial, cujas regras foram estabelecidas pelo presidente Michel Temer. Adail cumpria pena por exploração sexual de crianças e adolescentes, entre outros crimes, em prisão domiciliar com uso de tornozeleira.

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