
A Prefeitura de Manaus encaminhou à Câmara Municipal o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, documento que estabelece as metas fiscais, define as prioridades do Executivo e orienta a elaboração da proposta orçamentária anual.
Segundo o texto, estão previstas despesas de R$ 11,1 bilhões, enquanto a receita estimada é de R$ 10,4 bilhões — uma diferença de aproximadamente R$ 700 milhões.
A Prefeitura aponta que esse déficit será coberto com recursos de superávit financeiro de anos anteriores e restos a pagar, mecanismos previstos na legislação orçamentária.
Embora tecnicamente amparada pela legislação fiscal, a previsão de gastos acima da arrecadação evidencia uma dependência de fontes extraordinárias, como restos a pagar e superávit financeiro de exercícios anteriores.
A estratégia, embora recorrente, exige atenção: eventuais frustrações na arrecadação ou imprevistos na execução das metas podem pressionar o equilíbrio das contas públicas ao longo do exercício.
Prioridades para 2026
As prioridades da gestão municipal para 2026 foram definidas com base nas propostas mais votadas pela população por meio do PPA Participativo, realizado em abril, que contou com mais de 10 mil votos.
Na área ambiental, a principal meta é a ampliação do programa Manaus Mais Verde, com o plantio de 20 mil mudas. Na saúde, o município prevê a criação de duas novas unidades do CAPS, uma unidade móvel, a construção do Hospital Dia Municipal, a ampliação da oferta de próteses dentárias, implantação do serviço de Telessaúde e ações voltadas à saúde mental e ao combate a doenças respiratórias.
Na economia, a meta é apoiar 2.450 empreendedores locais. No campo do desenvolvimento social, destacam-se a criação da Cidade do Autista, a abertura de novos CRAS, o aumento de 30% no atendimento a idosos e a ampliação de programas de inclusão social por meio do esporte.
A Prefeitura também planeja expandir em 50% a atuação da ROMU (Ronda Ostensiva Municipal), embora o vínculo dessa medida com políticas sociais ainda demande maior clareza.
Na educação, a proposta prevê ampliação de vagas em creches, expansão do Programa de Segurança nas Escolas, reforma de metade das unidades de ensino fundamental e maior inclusão de alunos com deficiência. Também está entre os objetivos melhorar os indicadores de aprendizagem, como o Ideb.
A meta de “dobrar o número de escolas da rede municipal” aparece no discurso oficial, mas carece de detalhamento técnico para avaliação de viabilidade.
No setor de infraestrutura e mobilidade urbana, a LDO aponta a entrega de novas unidades habitacionais, o recapeamento de 43 km de vias por meio do programa Asfalta Manaus, 5 km de obras de drenagem e a aquisição de 50 novos ônibus para reforçar a frota do transporte coletivo.