
O risco de novos deslizamentos no bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus, levou a prefeitura a retirar ao menos 100 famílias de suas casas e abrigá-las numa escola. Até esta segunda (13), houve a interdição de 130 imóveis.
A medida foi tomada após um deslizamento destruir ao menos 11 casas que ficavam na encosta de uma área verde no bairro na noite deste domingo (12), causando oito mortes.
Morreram Clebson Nunes Barbosa, 34, Jucicleia Barbosa da Silva, 32, Kaleb Mendes Nunes, 7, e Eloísa de Lima Referino, 7, e os venezuelanos Rosmig Yelena Salazar, 44, Dainelson Rosniel Alvarado Salaza, 5, Israel Jonniel Franco, 7, e Ilan Yoan Franco Colared, cuja idade não foi divulgada.
O acidente que tirou a vida delas foi uma das 120 ocorrências atendidas pela Defesa Civil na cidade neste domingo (12) devido a alagamento e deslizamentos.
Chuva acima do normal
Embora Manaus esteja na estação chuvosa, que vai de dezembro a abril, período de maior precipitação na cidade, o volume de água no domingo ficou acima do normal, com 100 milímetros de chuva – a média é 60 milímetros.
O geólogo e pesquisador do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) Gilmar Honorato afirmou que um estudo feito em 2019 apontou 1.600 áreas consideradas de risco muito alto em Manaus em eventos como inundações, enxurradas e alagamentos.
Segundo o CPRM, nesses locais havia 18 mil moradias com cerca de 73 mil pessoas. As áreas de risco se concentravam sobretudo nas zonas norte e leste, que são as mais populosas da cidade e são marcadas por moradias precárias frutos de ocupações desordenadas ao longo das últimas décadas.

Recursos
Pelo Instagram, o prefeito manauara, David Almeida (Avante), disse que tem uma reunião marcada para esta 3ª feira (14.mar) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Almeida, o encontro será para “ampliar os recursos para as ações da prefeitura e minimizar todo o efeito do deslizamento que ocorreu no bairro Jorge Teixeira”.
Logo após o incidente, a equipe da Semasc esteve presente no local para avaliar a situação das famílias e prestar o primeiro atendimento necessário. As famílias desabrigadas foram levadas para a Escola Municipal Helena Augusta Walcott, onde receberam colchões, alimentos e kits de higiene.
Além disso, a Semasc também ofereceu assistência psicológica às famílias, com o objetivo de ajudá-las a lidar com o trauma e a perda causada pelo deslizamento.
A secretaria continuará acompanhando as famílias afetadas e prestando todo o suporte necessário. O trabalho continuará sendo realizado também na noite desta segunda-feira.
Todas as famílias serão inseridas no programa Auxílio Aluguel, da Semasc.
“Estamos fazendo o cadastro social dessas famílias e realizando os atendimentos iniciais de forma a atender as necessidades mais urgentes. Continuaremos acompanhando essas famílias até que elas recebam o Auxílio Aluguel e possam sair da escola e ir para a casa que eles alugarem”, finalizou a diretora de Proteção Social Especial, Neila Sardinha.