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A secretária particular do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, acusou formalmente gestor da entidade, de tê-la assediado moral e sexualmente. A denúncia foi protocolada nesta sexta-feira (4) na Comissão de Ética da CBF e a Diretoria de Governança e Conformidade.
A secretária, que trabalha há nove anos na confederação onde começou como recepcionista, tem duas fitas gravadas com várias conversas comprometedoras.
Numa dessas fitas, tem um diálogo de doze minutos, ocorrido há cerca de três meses no gabinete do presidente da CBF, no Rio de Janeiro, ele comenta intimidades com a sua mulher:
— Chefe, eu não vou entrar no assunto da vida sexual de vocês. Não sou a melhor conselheira.
Caboclo então pergunta:
— Você se masturba?
Ela responde:
— Eu estou ficando sem graça. Não quero falar disso.
Em seguida, ela diz que está na hora de aquela conversa terminar.
O outro diálogo gravado é mais longo, de cerca de 40 minutos, em que Caboclo faz investidas. Segundo relatou a pessoas próximas, ela resolveu gravar o chefe porque não suportava mais ser assediada. Teria sido importunada diversas vezes nos últimos meses.
As duas conversas já foram ouvidas por quase todo — senão todo — o alto comando da CBF. Quando perguntados por mim na segunda semana de maio sobre as gravações, alguns desses cartolas optaram por dizer que tiveram ciência do caso, conheciam o teor dos diálogos apenas por informações de terceiros, mas que preferiram não ouvir as fitas.
Caboclo entrou em negociações com ela para que deixasse a CBF sem atritos. As conversas ocorreram entre os advogados das partes. De acordo com diversas informações obtidas com dirigentes da entidade, as tratativas para que um contrato fosse assinado chegaram a ficar num estágio avançado.
Por ele, a secretária deixaria a CBF, seria indenizada e esqueceria a história. Neste período todo, ela esteve de licença médica a partir de 9 de abril. Apresentou um atestado médico que falava em uma suposta crise de ansiedade e síndrome do pânico por parte dela.
Oficialmente, alegou que iria para Minas Gerais, pois estaria abalada com a morte recente de parentes. Viajou, de fato, mas pelo menos desde a semana passada voltou ao Rio.