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Primeiro caso de cachorro com varíola dos macacos é registrado na França

Cientistas da França publicaram recentemente na revista The Lancet o primeiro caso de infecção de um animal doméstico pelo vírus monkeypox, causador da varíola do macaco, que pode ter sido transmitido a partir de humanos.

Os autores relatam que um casal homossexual com lesões características de varíola do macaco compareceu ao Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris, onde foi confirmado após exames o diagnóstico da doença. Doze dias após o início dos sintomas do casal, o cachorro deles, de quatro anos, da raça galgo italiano, “apresentou lesões mucocutâneas, incluindo pústulas no abdômen e uma ulceração anal fina”.

Os cientistas acrescentaram que houve compatibilidade genética de 100% do vírus que infectou um dos pacientes com o do cão.

“Os homens relataram dormir juntos com seu cachorro. Eles tiveram o cuidado de evitar que seu cão entrasse em contato com outros animais de estimação ou humanos desde o início de seus próprios sintomas (ou seja, 13 dias antes de o cão começar a apresentar manifestações cutâneas)”, descrevem os pesquisadores.

O grupo conclui que “a cinética do início dos sintomas em ambos os pacientes e, subsequentemente, em seu cão, sugere a transmissão do vírus da varíola de macaco de humano para cão”.

“Dadas as lesões de pele e mucosa do cão, bem como os resultados positivos de PCR [exame] do vírus da varíola dos macaco de swabs anais e orais, hipotetizamos uma doença canina real, não um simples transporte do vírus por contato próximo com humanos ou transmissão aérea (ou ambos). Nossas descobertas devem estimular o debate sobre a necessidade de isolar animais de estimação de indivíduos positivos para o vírus da varíola dos macaco”, concluem.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos já recomendavam, mesmo sem relatos, que pessoas com suspeita ou diagnóstico de varíola do macaco se afastem de seus animais de estimação durante o curso da doença.

O órgão ressalta que o simples contato com as feridas ou até com crostas que podem eventualmente ficar em alguma superfície é suficiente para infectar um animal.

Aqui no Brasil, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, também inclui essa orientação para os pacientes que apresentam sintomas da doença.

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