O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito da citação ao procurador regional da República Januário Paludo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, em mensagens do doleiro Dario Messer. No material, acessado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Patrón, deflagrada em novembro, Messer afirma à sua namorada, a advogada Myra Athayde, que Paludo recebia propina de outros dois doleiros.
A mensagem que cita o procurador da Lava Jato foi submetida à Procuradoria-Geral da República (PGR) pela PF em um relatório. “Esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”, escreveu Messer, segundo reportagem publicada pelo portal UOL no último dia 30.
Os “meninos” a que o “doleiro dos doleiros” se refere são, conforme o relatório citado na reportagem, os doleiros Cláudio Fernando Barbosa de Souza, conhecido como Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca Bala, ambos delatores no braço fluminense da Lava Jato. O dinheiro ao procurador teria sido pago para blindar Messer nas apurações da Lava Jato. Dario Messer, que ficou foragido por mais de um ano, foi preso em julho em São Paulo.
A investigação aberta pela PGR ficará sob o STJ porque Paludo, como procurador da República de segunda instância, tem foro no tribunal. Além da apuração, a Corregedoria do MPF abriu uma sindicância para investigar o caso disciplinarmente. “A abertura da investigação é um ato comum e não envolve nenhum juízo de valor”, disse o procurador-geral da República, Augusto Aras.