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Projeto da UEA com a Eneva busca criar ‘diesel verde’

Plantas nativas da Amazônia serão analisadas em pesquisa para identificar potencial de gerar combustível. A iniciativa é da Escola Superior de Tecnologia da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) em parceria com a Eneva, empresa do setor de energia.

“A UEA tem investido em projetos que aproximam a produção científica das demandas reais da sociedade. Essa iniciativa representa um passo importante no fortalecimento da pesquisa aplicada e no apoio ao desenvolvimento sustentável da região”, disse o reitor André Zogahib.

Segundo Patrícia Melchionna, pesquisadora do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia da UEA, as metas são, em 30 meses, transformar oleaginosas em HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), criar uma planta-piloto, fazer análises técnicas econômicas e avaliar a aplicação do combustível no transporte fluvial e na geração de energia elétrica.

“O diesel verde tem características muito parecidas com a do diesel fóssil, porém ele é uma fonte renovável. Sendo assim, nossa proposta visa apoiar comunidades locais que possam vir a produzir essa oleaginosa. Dentro dos nossos laboratórios, vamos verificar aquelas propriedades interessantes para que possamos escolher uma oleaginosa, de fato, capaz de suprir essa demanda”, explicou.

Para o coordenador de Relações Institucionais da Eneva na região Norte, Márcio Lira, a parceria entre setor produtivo e universidade é essencial para promover soluções baseadas em ciência e inovação. Segundo ele, as expectativas são positivas quanto ao potencial do projeto de transformar a realidade das comunidades do interior e promover a transição energética.

“Imagine se com essa pesquisa a gente concluir que o HVO, a partir dessas oleaginosas, pode ser usado nas rabetas do interior, por exemplo. Isso significa diminuição de custo, menos poluição e, também, conexão com as comunidades do interior”, afirmou.

A Eneva é maior operadora privada de gás natural do país.

Protagonismo

Jucimar Silva Junior, diretor da EST/UEA, disse que a iniciativa reafirma o protagonismo da universidade na produção de conhecimento científico voltado à resolução de problemas concretos da Amazônia. Ele defende a aproximação da academia do setor privado para gerar soluções de impacto real.

“O ‘Diesel Verde na Amazônia’ é um exemplo de como a ciência, aliada ao setor produtivo, pode transformar a biodiversidade em soluções sustentáveis, capazes de gerar conhecimento, emprego e desenvolvimento com responsabilidade ambiental”, afirmou o diretor.

Também participam do projeto pesquisadores da empresa Essenz Soluções Técnico-Econômicas em Projetos e Estudos Regulatórios Ltda., o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras e a Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

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