Portal Você Online

Queda de avião no Amazonas: relatório do acidente não tem prazo para ser concluído

Corpos das 14 vítimas foram transportados por via aérea até Manaus; chuva intensa atingia região no momento da tentativa de pouso.

Os corpos das 14 vítimas da queda de um avião em Barcelos, no interior do Amazonas, chegaram neste domingo, (17), na Base Aérea de Manaus, no Aeroporto de Ponta Pelada.

A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Secretaria Pública do Amazonas (SSP-AM) informaram durante entrevista coletiva que a investigação não tem data para ser concluída. As autoridades também falaram que não é possível afirmar a causa do acidente, mesmo com a chuva intensa e os problemas na tentativa de pouso.

O major brigadeiro do ar, David Almeida, do 7° Comando Aéreo do Ar, destacou que o desenvolvimento do relatório sobre o caso envolve uma série de fatores, desde o funcionamento da aeronave até as condições climáticas.

Pouco antes do acidente, outras duas aeronaves desistiram de pousar e voltaram a Manaus. As vítimas eram dos Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Roraima, Maranhão e Amazonas.

O relatório será feito pelo Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII). Também são realizadas investigações pela Polícia Civil do Amazonas (PCAM), que irá responsabilizar os culpados pelo acidente.

“Não há um prazo específico, porém todos os dados de digitais foram encontrados e enviamos uma equipe com cinco oficiais altamente experientes nesse tipo de acidente. Eu tenho certeza que todos os dados necessários foram levantados e agora serão depurados, de acordo com as técnicas e mandamentos internacionais previstos para a investigação de acidentes aeronáuticos”, assegurou.

Barcelos é um dos maiores destinos do ecoturismo amazonense e é, especialmente, conhecido pela pesca esportiva. O total de vítimas abrange dois tripulantes e 12 turistas, todos a caminho do município para pescar.

Uma lista com os nomes foi encaminhada pela empresa Manaus Táxi Aéreo, responsável pela aeronave. O secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Vinícius Almeida, declarou que a confirmação oficial depende da perícia técnica, que deve ser concluída até a manhã de segunda-feira, 18. A integridade dos corpos deve colaborar para a rapidez do procedimento.

O translado dos corpos foi feito por via aérea.

Conforme a lista da empresa, embarcaram na aeronave os passageiros: Euri Paulo dos Santos, Fabio Campos Assis, Fabio Ribeiro, Gilcresio Salvador Medeiros, Guilherme Boaventura Rabelo, Hamilton Alves Reis, Heudes Freitas, Luiz Carlos Cavalcante Garcia, Marcos de Castro Zica Renato Souza de Assis, Roland Montenegro Costa, Witter Ferreira de Faria. Na tripulação, estavam o piloto Leandro Costa Souza e o co-piloto Fernando Luiz Galvão Bezerra Júnior.

No dia do acidente, o governo do Amazonas instaurou um comitê de crise para organizar o envio de equipes e o translado dos corpos.

“Foi enviada a equipe para que possamos chegar na elucidação, se houve algum tipo de atentado ao transporte aéreo, se houve dolo, culpa, negligência, imperícia, todas essas nuances serão verificadas. A Anac já foi oficiada, as pessoas que em primeiro lugar chegaram ao local serão ouvidas, as pessoas que foram até Barcelos naquele dia também serão ouvidos, os pilotos que anteriormente também serão ouvidos”, assegurou o delegado-geral da Polícia Civil, Bruno Fraga.

Aeroporto foi recém-reformado

O Aeroporto de Barcelos passou recentemente por reforma e ampliação do terminal de passageiros, que custou cerca de R$ 2,4 milhões. Em fevereiro de 2022, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), ao lado do então ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

Uma obra na pista está marcada para iniciar a partir de 25 de setembro. Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Coronel Vinícius Almeida, as operações de pousos e decolagens está no aeroporto.

Já o major brigadeiro do ar, David Almeida voltou a destacar que não há como apontar motivos para o acidente antes da conclusão da apuração.

“A própria Aeronáutica se preserva no sentido de não ter prazo para concluir essa análise, de modo que a gente não possa gerar especulação. A única certeza que temos é que, no momento do acidente, a condição climática era de intensa chuva. Se isso foi preponderante ou não, não sabemos é por isso vai ser feito o levantamento pelos órgãos competentes”, reforçou.

A aeronave era de responsabilidade da Manaus Aerotáxi, que lamentou o caso por meio de nota. A empresa declarou que prioriza a segurança dos passageiros e da tripulação e que a aeronave atendia “a todas as exigências da autoridade de aviação civil necessárias à aeronavegabilidade”.

“Estamos comprometidos em esclarecer todos os detalhes relacionados a este acidente”, destacou. A empresa também se colocou disponível para prestar todas as informações necessárias e atualizações à medida que a investigação avançar.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *