A versão de Dias Toffoli de que a Lava Jato destruiu as empresas foi desmontada pelo procurador Ailton Benedito: “Quem destruiu empresas foram os corruptos que as utilizaram como instrumento para tomar o Brasil de assalto.”
Os Procuradores da República têm criticado o presidente do Supremo Tribuna Federal (STF), Dias Toffoli, nesta segunda-feira, 16, após a publicação de entrevista ao Estado em que o ministro diz, em tom de crítica, que a Operação Lava Jato “fechou empresas” e que o Ministério Público deveria ser mais transparente.
Integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Roberson Pozzobon saiu em defesa das investigações. “A Lava Jato não ‘destruiu’ empresa nenhuma.
Descobriu graves ilícitos praticados por empresas e as responsabilizou, nos termos da lei. A outra opção seria não investigar ou não responsabilizar. Isso a Lava Jato não fez.”
Ele também rebateu o comentário de Toffoli sobre a transparência do MP citando o inquérito aberto pelo presidente do Supremo para apurar ameaças, ofensas e supostas fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares nas redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes foi designado como relator do caso por Toffoli, sem realização de sorteio.
“Interessante comentário de quem determinou a instauração de inquérito no STF de ofício, designou relator “ad hoc” (para esta específica função) e impediu por meses o MP de conhecer a apuração”, afirmou Pozzobon em publicação no Twitter.
Para o procurador Wesley Miranda Alves, Toffoli faz uma “manobra diversionista” em sua avaliação da Lava Jato. “(Ele) direciona as críticas feitas à sua atuação e à de outros ministros do STF à própria magistratura. Não, o STF de hoje não representa a magistratura nacional. O atual e crescente combate à corrupção não se deve ao STF. Ocorre apesar do STF.”