Ex-ministro teria contratado sem licitação empresas para reforma de galpões e prédios do Ministério da Saúde sob pretexto da emergência da pandemia da Covid-19

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mais uma vez está na mira da CPI da Covid no Senado. Além do depoimento que investiga omissões do governo federal na condução da pandemia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, solicitou nesta quarta-feira (19) a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do ex-ministro.
O pedido já foi apresentado à CPI, mas ainda não foi analisado pela mesa. Randolfe tomou como base as denúncias veiculadas nesta terça-feira (18) pelo Jornal Nacional sobre a contratação sem licitação de empresas para reforma de galpões do Ministério da Saúde usando a justificativa de que havia emergência na pandemia do coronavírus.
Segundo a reportagem, militares nomeados por Pazuello teriam selecionado empresas pré-escolhidas para reformar prédios do Ministério da Saúde. A Advocacia-Geral da União (AGU) considerou os contratos irregulares. Randolfe pediu para que sejam mostrados documentos relativos às contratações de empresas feitas pelo Ministério da Saúde.

O senador solicitou os dados bancários de Pazuello desde 2020, com o intuito de verificar bens, valores investidos em instituições financeiras, além dos dados telemáticos, que consiste em e-mails e mensagens de aplicativos trocados no período da pandemia.
Nessa terça-feira (18), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) havia feito o mesmo pedido à CPI por entender que ele está envolvido em suposto “Ministério Paralelo da Saúde”, ao lado do empresário Carlos Wizard, do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, do ex-secretário Fábio Wajgarten e do ex-chanceler Ernesto Araújo.