
O presidente Jair Bolsonaro manteve o decreto do ex-presidente Michel Temer (MDB), que baixou de 20% para 4% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no setor de produção de refrigerantes da Zona Franca de Manaus. A decisão é prejudicial ao modelo econômico amazonense e a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) se posicionou contra e lamentou a medida que pode levar a saída de grandes empresas do parque industrial de Manaus.
Em 2019, em meio as negociações da reforma da Previdência, o presidente cedeu à bancada do Amazonas e elevou os créditos para 10%, mas apenas até 31 de dezembro. Na virada do ano, passaram a valer os 4% previstos por Temer.
A decisão faz parte do plano econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vê a região como potencial ambiental e sempre se mostrou contrário os incentivos fiscais da ZFM. Guedes, que no ano passado recebeu o título de persona non grata da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), convenceu o presidente. O título foi dado por conta dos constantes posições contrárias à ZFM no primeiro semestre de 2019.
De nada adiantou pressões da Coca-Cola, Ambev e da bancada parlamentar do Amazonas pela manutenção dos incentivos tributários para produção de refrigerantes na ZFM. Bolsonaro manteve o decreto do seu antecessor.
A (Abir) lamentou, por meio de nota no jornal Valor Econômico, a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro de manter a redução da alíquota do (IPI) do setor. A associação representa 67 empresas com unidades em Manaus, entre elas a Coca-Cola e Ambev – filiadas da entidade.
Caso não haja uma reviravolta na situação, existe a possibilidade de gigantes do setor instaladas no pólo industrial de Manau, como a Coca-Cola e a Ambev, deixarem a capital amazonense. O estrago na cadeia produtiva pode impactar o setor que mais exporta e mais interioriza postos de trabalho no Amazonas, com atividades em Presidente Figueiredo e Maués.