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Região Norte possui a maior taxa de infectados por Aids em menores de 5 anos

Apesar do cenário preocupante em relação às crianças, o Amazonas apresentou uma redução expressiva no total de casos notificados de HIV em 2024.

A Região Norte registrou, em 2023, a maior taxa de detecção de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) em crianças menores de 5 anos no Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS).

O levantamento revelou que, enquanto todas as regiões do país apresentaram redução na taxa de detecção dessa faixa etária entre 2013 e 2023, o Norte foi a única a registrar aumento no período entre 2022 e 2023, passando de 2,1 para 2,4 casos por 100 mil habitantes.

Conforme os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2007 e junho de 2024 foram registrados 541.759 casos de infecção pelo Vírus da imunodeficiência humana (HIV) no Brasil.

A distribuição regional desses casos foi: Sudeste (41,0%), Nordeste (21,9%), Sul (18,7%), Norte (10,4%) e Centro-Oeste (8,0%).

Confira o gráfico: 

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Apesar do cenário preocupante em relação às crianças, o Amazonas apresentou uma redução expressiva no total de casos notificados de HIV em 2024. Em 2023, o estado registrou 1.744 notificações, enquanto neste ano o número caiu para 903, uma queda de 48,2%.

A redução acompanha a tendência positiva na Região Norte, que registrou uma queda geral de 53,8% nos casos no mesmo período.

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Dezembro Vermelho

O mês de dezembro marca a campanha nacional “Dezembro Vermelho”, dedicada à conscientização sobre o HIV, a AIDS e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A iniciativa busca promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas condições.

O médico infectologista Dr. Noaldo Lucena destacou a importância da mobilização e a evolução da campanha.

“Nós temos um tratamento que é efetivo e que certamente permitirá uma qualidade de vida excepcional se for seguido corretamente. Agora, é fundamental, uma vez iniciado o tratamento, realizá-lo de forma adequada. Isso, então, se amplia para o ‘Dezembro Vermelho’, que passou a ser algo muito mais interessante, deixando de se restringir a apenas um dia para abranger um mês inteiro, permitindo conversas importantes sobre prevenção e diagnóstico precoce”, explicou o infectologista.

Lucena também chamou a atenção para o aumento progressivo de casos de HIV e AIDS em estágio avançado, resultantes de diagnósticos tardios. Ele ainda explicou a diferença entre HIV e AIDS, uma confusão comum entre os termos.

“Aliás, acho que é importante separar o que é HIV e o que é AIDS. Viver com HIV é o momento em que você adquire o vírus e, claro, se não tomar remédio, não diagnosticar e não fizer absolutamente nada, pode evoluir para outro estágio, que chamamos de AIDS. Nesse estágio, você passa a viver com AIDS, apresentando sinais e sintomas”, esclarece o especialista.

O Ministério da Saúde afirma que a utilização de preservativo masculino ou feminino continua sendo o método mais eficaz para evitar a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo HIV/aids e hepatites virais B e C, além de prevenir a gravidez. A orientação é usar dupla proteção: camisinha e outro método anticonceptivo escolhido.

O infectologista ainda acrescentou que exames para diagnóstico de ISTs estão amplamente disponíveis na rede pública de saúde.

“Nós temos esses exames disponíveis na rede pública de saúde, tanto nas UBSs quanto nos serviços de pronto atendimento. Eles devem ser utilizados dentro dessa ideia: as UBSs e a atenção básica são indicadas para situações que não envolvem urgências ou emergências. Já nos SPAs, nos serviços de pronto atendimento, também estão disponíveis testes rápidos, como os para HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C”, disse Noaldo Lucena.

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