Segundo pesquisa a avaliação negativa da gestão passou a ser majoritária até entre evangélicos e quem ganha mais de cinco salários mínimos
A reprovação ao governo de Jair Bolsonaro voltou a subir em meio à ofensiva do presidente da República contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e à deterioração de indicadores econômicos, com destaque para o aumento da inflação.
Segundo pesquisa da Quaest Consultoria encomendada pelo Genial Investimentos, a avaliação negativa da gestão passou de 44% para 48% no período de um mês. Já a positiva caiu de 26% para 24%. Foram entrevistadas 2 000 pessoas nas cinco regiões do país entre os dias 26 e 29 de agosto.
O detalhamento dos números traz mais notícias ruins para Bolsonaro. A avaliação negativa é majoritária em todas as regiões, em ambos os sexos, em todas as faixas etárias, em todos os níveis de escolaridade e em todas as faixas de renda.
Na pesquisa da Quaest realizada entre 29 de julho e primeiro de agosto, a avaliação positiva do governo entre os evangélicos era de 36%, e a negativa de 32%. Agora, houve uma inversão, e há mais reprovação (35%) do que aprovação nesse segmento religioso (32%). No caso de quem ganha mais de cinco mínimos, o tombo do presidente foi ainda maior. A avaliação positiva caiu de 41% para 29%, enquanto a negativa subiu de 30% para 49%.
A pesquisa revela um crescimento da preocupação da população com os rumos da economia, área que, segundo políticos e especialistas, será decisiva para o resultado da próxima sucessão presidencial.
Entre os entrevistados, 21% acham que a economia é o principal problema do país. Em julho, eram apenas 10%. A saúde/pandemia continua no topo das preocupações, com 28% de menções. Sobre o desempenho econômico nos próximos 12 meses, 44% acham que vai melhorar, 6 pontos percentuais a menos do que no início de agosto. Sobre a inflação, 65% dizem que o governo não conseguirá controlar o aumento dos preços.