Ainda é cedo para ver o problema como resolvido, mas renovam-se as esperanças. A vazante histórica do rio Amazonas chegou ao fim e acabou registrando um comportamento incomum.
O maior rio do mundo voltou a subir, sem estabilizar cota e sem registrar o movimento de repiquete.
Nesta situação, o nível das águas oscila. Uma hora sobe, mas logo em seguida desce. Nesta segunda-feira (30), subiu mais dois centímetros.
Esse movimento de subida foi anotado na régua do porto do município de Itacoatiara.
Em Itacoatiara, a 170 km em linha reta de Manaus, o rio chegou a 36 centímetros de profundidade criando uma fila com mais de 20 navios de grande porte com insumos para abastecer o Polo Industrial de Manaus e o comércio da cidade.
Lá há uma estação de monitoramento do rio Amazonas da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão do governo federal.
De acordo com essa régua, o rio vinha perdendo força nos últimos dias. No fim de semana, por exemplo, a vazante foi de apenas 5 centímetros. Do dia (26), em Itacoatiara, era esperado que o rio interrompesse sua vazante.
A água de Itacoatiara é reflexo do comportamento do regime das águas de todos os maiores rios da Amazônia. Ou seja: a cota de hoje pode ter capturado a chegada das águas dos rios Solimões, Madeira e Negro.
Para lembrar, a seca prolongada nos rios da Amazônia, tem atrapalhado os transportes de produtos da Zona Franca de Manaus a outras áreas do país.
Com a estiagem, os níveis dos rios diminuíram significativamente, o que torna quase impossível para embarcações de grande porte, como barcaças, transportar produtos para dentro e fora do polo.
Como resultado, ocorreram atrasos no transporte, além da cobrança de custos adicionais.
Além do transporte rodoviário, a entrega de produtos em períodos de seca muitas vezes é feito com auxílio de um prático — profissional que auxilia navios a passarem por águas restritas.
O problema é que o preço do serviço aumentou assustadoramente. Hoje as viagens chegam a custar R$ 800 mil com o uso dessa mão de obra. Esse valor é chamado ‘taxa da seca.’ Além disso, o tempo de transporte se multiplicou por 5, ou seja, de 5 dias passou para 25, com o custo, obviamente, passado para o consumidor.