
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou o 32º Boletim Hidrológico da Bacia do Amazonas, apontando que o nível do rio Negro, em Manaus, está em 28,03 metros. A marca representa um aumento de 4,16 metros (17,4%) em relação à mesma data de 2024, quando a cota era de 23,87 metros.
De acordo com o boletim, outros rios da bacia também apresentam níveis significativos. Em Boa Vista, o rio Branco está em 4,62 metros, enquanto o rio Madeira, em Porto Velho, registra 4,65 metros.
O comportamento hidrológico é típico desta fase do ano, mas o cenário atual é influenciado por precipitações acima da média no setor central da Amazônia.
Chuvas acima da média
Em relação aos dados climatológicos, o boletim destaca que, nas últimas semanas, acumulados de precipitação superaram os valores climatológicos em diversas áreas da bacia. Em estações meteorológicas da região central, os volumes registrados ficaram até 30% acima da média histórica para o período, resultado da atuação de sistemas atmosféricos associados à convergência de umidade e ao resfriamento anômalo das águas do Atlântico Equatorial.
Na região norte da bacia, por outro lado, alguns pontos apresentaram chuvas abaixo da média, reflexo de áreas mais secas no entorno do extremo norte amazônico. No sudoeste, volumes próximos da média indicam estabilidade na transição para o pico da estação seca.
Tendência para os próximos meses
Segundo o SGB, a expectativa é de que, no médio prazo, a tendência seja de redução gradual das cotas, mas com ritmo mais lento em comparação a anos anteriores. O cenário atual, com rios mais cheios, diminui a probabilidade de uma vazante extrema como a registrada em 2023 e 2024.
O órgão ressalta, no entanto, que as condições atmosféricas e oceânicas devem continuar sendo monitoradas, já que alterações na posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e oscilações na temperatura do Atlântico Tropical podem influenciar o regime de chuvas e acelerar ou desacelerar a descida dos rios.