O Rio Negro está enchendo, em média, 4 centímetros por dia. Nesta quarta-feira (16), a profundidade na orla de Manaus é de 12,20 metros conforme medição do Porto de Manaus.
O nível do rio atingiu 12,11 metros na semana passada, o mais baixo em 122 anos. De segunda até esta quarta, o nível da água subiu 9cm. O ritmo de cheia é lento.
A subida do nível do rio é parte do processo de vazante, esclarece a pesquisadora Jussara Cury, do SGB (Serviço Geológico do Brasil).
“O Rio Negro está passando por uma diminuição dessa intensidade de descida, estabilidade e até pequenas elevações, mas ainda não é o final da estiagem. Precisamos de chuvas consistentes e distribuídas tanto na região de cabeceira quanto na parte central da bacia [do Rio Amazonas] e na parte mais a jusante para a recuperação dos níveis”.
A mesma situação foi registrada em outras partes da Bacia do Amazonas, especificamente no Rio Solimões. Em Tabatinga (AM), o rio apresentou estabilidade e voltou a subir alcançando a cota de 1,71 m nesta terça-feira (15).
Itapéua, em Coari, também registrou subida e está na marca de -21 cm. No entanto, alguns trechos tiveram novas mínimas após terem estabilizado.
Em Fonte Boa, o Solimões apresentou redução, chegando à mínima de 7,14 m. Na estação de Manacapuru, a cidade mais próxima à Manaus, o rio chegou ao recorde de 2,07 m na segunda-feira (14).
Segundo o SGB, em Porto Velho (RO) o Rio Madeira, que estava em processo de estabilidade desde o final de setembro, registrou uma nova mínima histórica: 19 cm.
A marca foi observada na sexta-feira (11) e, após esse episódio, o rio voltou a subir e chegou a 54 m. Os dados são apresentados no novo boletim de monitoramento hidrológico da bacia, divulgado nesta terça-feira (15) pelo SGB.
A elevação é efeito das chuvas que ocorreram na última semana, estimadas em 16 mm ao longo de toda Bacia do Rio Madeira, segundo dados do Merge/Inpe.
“Como resultado da chuva da semana passada, o rio aliviou um pouco a situação e apresentou essa subida, mas em tendência de estabilização. Diante das previsões de chuvas para as próximas semanas, podemos esperar que o rio volte a subir em degraus, ou seja, subirá um pouco e, em seguida, poderá estabilizar. Esse processo será mantido até que aos poucos saia dessa situação de seca extrema”, explica o pesquisador do SGB Marcus Suassuna.
Os modelos de previsão indicam chuvas de 26 mm até a próxima semana e mais 35 mm na semana seguinte.
As análises indicam tendência de recuperação do Madeira a partir da segunda quinzena de outubro. Considerando os níveis dos anos mais críticos da histórica e a velocidade de recuperação nessas condições, é provável que o rio fique abaixo da cota dos 3 m até a primeira quinzena de novembro.