Material foi coletado na lancha conduzida por Amarildo. Ele foi visto na embarcação, trafegando logo atrás do barco que levava Bruno Pereira e Dom Phillips, que desapareceram em Atalaia do Norte.

A Polícia Federal do Amazonas confirmou que foram encontrados vestígios de sangue na perícia realizada na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como ‘Pelado’. Amarildo foi preso suspeito de participação no desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. A informação foi divulgada na tarde desta quinta-feira (9).
A prisão temporária do suspeito foi já foi requerida e o material coletado está a caminho de Manaus, no helicóptero tático Black Hawk, para ser periciado em Manaus. Ainda não se sabe se o sangue é humano ou de animais. A polícia ainda não informou quanto tempo levará para analisar o material.
Perícia

“Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil”, afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.
As famílias dos dois desaparecidos irão fornecer material genético para confrontar com o material.
Ainda segundo o delegado Alex Perez Timóteo, duas novas testemunhas foram ouvidas na quarta-feira (8). Uma delas contou que estava em viagem e presenciou o momento em que o indigenista e o jornalista passaram e, minutos depois, viu Amarildo e outra pessoa em outra embarcação.
“Seguindo viagem, em determinado momento, viu a embarcação de Amarildo, só que Amarildo estava sozinho. Seguiu viagem até que [a testemunha] perdeu contato com a embarcação de Bruno e Dom, assim como a de Amarildo”, contou o delegado.
O caso
As buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips entram no quarto dia nesta quinta-feira (9). Eles estão desaparecidos desde último domingo (5), no vale do Vale Javari, na área do município de Atalaia do Norte, no Amazonas.
Os dois chegaram ao Lago do Jaburu às 19h25 do dia 3 de junho. No domingo, retornaram para Atalaia do Norte, mas antes pararam na comunidade São Rafael para uma reunião com o comunitário apelidado de “Churrasco”, para a consolidação de trabalhos em conjunto entre os ribeirinhos e a comunidade indígena. Quando chegaram na comunidade viram que “Churrasco” não estava e conversaram apenas com a esposa do comunitário.
Depois partiram rumo a Atalaia do Norte, em uma viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao município.
Local
O Vale do Javari concentra 26 etnias indígenas, a maioria com índios isolados ou de contato recente. Além disso, fica na fronteira com o Peru e é rota de circulação do tráfico internacional de drogas. É uma região considerada perigosa pelas autoridades.


